Interação mãe-bebê: implicações da ansiedade e depressão materna crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Dib, Eloisa Pelizzon [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/141526
Resumo: Há evidencias na literatura mostrando que depressão e ansiedade crônica materna têm reflexos nas relações da díade mãe-criança e acabam afetando a interação. Neste estudo, pretendeu-se identificar as características da interação de crianças de um ano e suas mães, portadoras de sintomas de ansiedade ou depressão crônica, comparando-as com as características interativas de díades em que a mãe não apresentou problemas de saúde mental. A amostra foi composta por 40 díades mães/bebês selecionadas de um estudo de coorte prospectivo anterior, em que elas foram avaliadas quanto à ansiedade, pela escala IDATE traço/estado e depressão pelo Inventário de Depressão de Beck (BDI), em três momentos: na gestação, aos 6 e 14 meses de vida do bebê. Formaram-se três grupos: 10 mães com sintomas de ansiedade crônica, 8 mães com sintomas de depressão crônica e 22 mães no grupo controle, sem problemas de saúde mental, nas três avaliações. As mães responderam a um questionário socioeconômico e em seguida foi gravado um episódio interativo da díade, de 7 minutos, avaliando-se cada minuto, a partir das categorias sugeridas do Protocolo de Avaliação de Interação Diádica (NUDIF). Dois observadores independentes categorizaram as observações e foi calculado o índice de fidedignidade. Após análise descritiva dos dados, se realizou associação estatística entre os sintomas maternos crônicos e interação mãe/filho. Houve alta correlação entre as categorias de comportamentos maternos e as categorias de comportamentos infantis, caracterizando o episódio como interativo. Identificou-se que quanto mais sensíveis, estimuladoras e positivamente afetivas eram as mães, as crianças se mostravam mais envolvidas e integradas, demonstravam mais afeto positivo. Ao comparar os comportamentos interativos nos três grupos, pode-se observar que mães com sintomas de depressão crônica foram significativamente menos sensíveis, mais desengajadas e demonstravam menos afeto positivo que as mães do grupo controle. Elas também estimulavam menos e demonstravam mais afeto negativo, quando comparadas tanto com grupo controle quando com grupo com sintomas ansiosos crônicos. As mães do grupo controle, por sua vez, apresentaram menor intrusividade quando comparadas tanto com as mães do grupo com sintomas ansiosos, quanto com grupo de depressão crônica. Quanto às crianças, os filhos de mães com sintomas de depressão crônica interagiram significativamente menos que mães com sintomas crônicos de ansiedade e controle. Os resultados alertam para atenção especial em nível de políticas públicas voltadas para identificação precoce de problemas da saúde mental materna, fim de minimizar ao máximo suas consequências para a interação mãe/bebe.