Disponibilidade, acesso aos alimentos, alimentação e nutrição de crianças menores de 24 meses em Mouha, Distrito de Sussundenga - Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Mondlane, Florencia Custodio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255245
Resumo: Introdução: a prevalência de desnutrição crônica em crianças pré-escolares em Moçambique, apesar de alguma melhora, permanece elevada, com maior destaque para zona norte do país. Embora se reconheçam os seus determinantes, sabe-se pouco sobre o papel da disponibilidade e acesso ao alimento no estado nutricional das crianças menores de dois anos. Objetivo: analisar a associação entre a disponibilidade, o acesso aos alimentos, a alimentação e a nutrição de crianças menores de 24 meses, na localidade de Mouha, Moçambique. Métodos: trata se de estudo observacional, do tipo transversal analítico, com amostra de 284 crianças menores de 24 meses. Realizou-se um inquérito familiar com o uso de dois questionários, um direcionado ao chefe do agregado familiar ou seu representante e outro à mãe ou responsável pela criança, incluindo aferição antropométrica. Os índices de peso/comprimento (desnutrição aguda) e comprimento/idade (desnutrição crônica) foram tomados como desfecho de modelos log lineares multinominais utilizados na análise, considerando um conjunto de variáveis preditores demográficas, das práticas de cuidado alimentar, disponibilidade e acesso ao alimento Resultados: verificou-se que, menos de um terço das crianças estavam livres da desnutrição. Na adequação alimentar, apenas 23% atendiam a todos os critérios para a sua faixa etária, assim como associou-se negativamente às desnutrições aguda e crônica graves. No entanto, na faixa etária de 0 a 5 meses, 67% das crianças recebiam aleitamento materno exclusivo e a prevalência de aleitamento continuado ocorria entre 88 a 95% das crianças. A existência de reserva alimentar foi fator de proteção à desnutrição crônica em todos os seus graus, confirmada pela prática de agricultura e diversidade de animais criados como fatores de proteção às desnutrições crônica e aguda. A dificuldade com alimentação esteve associada às desnutrições aguda e crônica das crianças maiores de um ano e menos dependente do aleitamento materno. A presença do homem como chefe do agregado familiar, também, configurou-se como fator de proteção. Conclusão: A desnutrição de crianças menores de dois anos, seja aguda ou crônica, associa-se igualmente à adequação do cuidado alimentar, disponibilidade de alimentos no ambiente local e seu acesso para o consumo.