I libri degli altri: panorama literário italiano no pós-guerra nas cartas de Italo Calvino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Camargo, Juliane Luzia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153179
Resumo: A dissertação é dedicada ao estudo das missivas do escritor italiano Italo Calvino (1923-1985) contidas no livro I libri degli altri (1991), de organização de Giovanni Tesio. Analisadas a partir de suas características próprias, as cartas configuram um importante testemunho sobre a literatura italiana do século XX, neste caso, especialmente, entre os anos de 1947 e 1969. Considerada como gênero literário, a correspondência – primeira manifestação das escritas de si – ao permitir adentrarmos o espaço cultural, social e histórico do missivista, nos garante observar ações que são inerentes à sua personalidade não só como editor e crítico literário, mas como indivíduo atuante na política de seu país. A leitura das cartas do escritor italiano revela o ambiente de suas atividades crítico-literárias, bem como seus pensamentos adquiridos a partir de suas vivências pessoais e profissionais a partir da Segunda Guerra Mundial. O primeiro capítulo, então, tratará do contexto histórico que precede à primeira carta do livro datada de 1947, e o cenário descrito inclui a participação da Itália na Segunda Grande Guerra, os reflexos do desastre na política, na economia e na vida da população, além do movimento de Resistência: a luta armada de oposição ao fascismo. O relato é importante para o entendimento das futuras manifestações literárias de Italo Calvino, em especial no seu ofício como crítico na editora Einaudi. Famosa por suas discussões literárias e políticas, a editora foi um dos principais palcos de discussão artística e antifascista deste período, tida como um grande laboratório intelectual e responsável pela promoção de um significativo desenvolvimento cultural na Itália no imediato pós-guerra. O segundo capítulo é centrado no estudo das missivas e a inserção destas narrativas íntimas na Literatura. Para a exploração do gênero epistolar, entendemos a importância de considerar, dentre outras, as análises do filósofo Michel Foucault (1926-1984) e do especialista em autobiografias Philippe Lejeune (1938), que favorecem um olhar mais atento sobre o papel estabelecido pelas cartas desde suas primeiras aparições. O panorama e o fazer literário das décadas de 1940 e 1960 são retratados no terceiro capítulo com o apoio das correspondências do escritor italiano e, por consequência, o contexto histórico e social da época. Como parte de seu ofício editorial, Italo Calvino estabeleceu diálogos por meio de cartas com os principais intelectuais de seu tempo, discutindo, corrigindo manuscritos e opinando sobre as novidades no campo literário. Giulio Einaudi, Carlo Salinari, Elio Vittorini, Elémire Zolla e Natalia Ginzburg são alguns de seus principais correspondentes.