Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Aguillar, Cláudia Maria Bernava [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/180252
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Resumo: |
A pesquisa teve como objetivo verificar os elementos de contraposição à cidadania burguesa presentes nas práticas pedagógicas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em um curso técnico oferecido por meio do vínculo com o Centro Estadual de Educação Tecnológica Centro Paula Souza (CEETEPS) em conjunto com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília. As seguintes questões permearam o trabalho: as parcerias com as instituições oficiais de ensino mudam os princípios educativos do MST ou sua prática pedagógica? Elas favorecem a hegemonia dos princípios educacionais capitalistas, dentre eles, a formação para a cidadania burguesa, ou seja, para o trabalho alienado? Visou, portanto, ao estudo das práticas pedagógicas do MST contracidadania burguesa presentes na implantação do Curso Técnico em Agroecologia oferecido pela parceria Unesp de Marília, MST e Etec/CEETEPS, durante o período de agosto de 2015 a março de 2017, na Escola Estadual de Educação Popular Rosa Luxemburg, do MST, em Agudos (SP), e na Escola Técnica Augusto Tortolero Araújo, do CEETEPS, em Paraguaçu Paulista (SP). Para a análise das mediações da sociedade burguesa nas práticas pedagógicas do MST, o Materialismo Histórico-Dialético foi o caminho mais apropriado. Assim, por meio da pesquisa bibliográfica, documental e do estudo das práticas pedagógicas na implantação do Curso Técnico em Agroecologia oferecido pelas escolas citadas, verificamos que as mediações da sociedade burguesa ocasionaram práticas relativamente contra-hegemônicas, pois, em alguns momentos, o curso constituiu-se em espaços de manutenção da ordem social do capital, mas foi, principalmente, lugar de estudos, de debates e de práticas para uma possível transição a uma outra forma de sociabilidade. Rompendo com a cultura individualista e com a gestão centralizada da escola oficial, as práticas pedagógicas analisadas revelaram o fortalecimento da coletividade, da gestão democrática e do trabalho como categoria transformadora do indivíduo. Nessas práticas enxergamos o esforço de vários sujeitos sociais no movimento por uma pedagogia diferente daquela que prepara para a vida assalariada, para o trabalho alienado, ou seja, na construção de uma prática pedagógica contracidadania burguesa e de fortalecimento da classe trabalhadora. Em síntese, assim como para os dirigentes e professores do MST, a clareza das práticas pedagógicas, em alguns momentos totais e em outros parciais, contra-hegemônicas ou, nesse trabalho, contracidadania burguesa, faz-se também importante para os professores das escolas oficiais engajados na superação da alienação objetiva, sobretudo para o Movimento Operário e Popular (MOP) na elaboração da cidadania da classe trabalhadora, isto é, na emancipação dos trabalhadores. |