Da ação ao conceito e do agir instrumental ao comunicativo: aproximações entre Piaget e Habermas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nunes, Vinícius Bozzano [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191762
Resumo: A Teoria do Agir Comunicativo formulada por Jürgen Habermas oferece contribuições à emancipação humana pelo resgate do potencial ainda inesgotado da razão. Para que se engajem em situações argumentativas típicas do agir comunicativo, por meio do qual buscam entender-se mutuamente sobre algo no mundo, os sujeitos precisam ter supridas determinadas condições cognitivas e linguísticas. Os estudos de Jean Piaget que explicam o desenvolvimento desde a inteligência das ações até a conceitual são elucidativos a esse respeito. Compreender esse processo confere uma potência maior às ações educativas que se alinham com um horizonte utópico emancipatório. Por isso, a questão que embasa esta pesquisa é: como o percurso da ação ao conceito descrito por Piaget pode conferir uma nova dimensão à Teoria do Agir Comunicativo, aproximando-a da educação? A partir deste questionamento, foi estipulado o objetivo, que consiste em descrever a analogia entre a explicação piagetiana sobre como se chega da ação ao pensamento conceitual e as condições para a passagem do agir instrumental até o comunicativo, como descrito por Habermas. Para atender essa tarefa, optou-se metodologicamente por uma abordagem interpretativista, viabilizada por uma pesquisa teórica de caráter exploratório, cujos procedimentos técnicos enquadram-na como um estudo de tipo bibliográfico. O primeiro capítulo se dedica a Habermas e tem por eixo a análise do seu conceito de racionalidade comunicativa. De modo auxiliar, são tratadas as potencialidades e limites de sua abordagem teórica, das relações entre mundo da vida e sistema, pretensões de validade e outras, referentes à dinâmica do agir comunicativo. O próximo capítulo volta-se para o trabalho de Piaget. Por sua leitura, a base biológica e o interesse sociológico de sua obra, mantidos na elaboração de sua definitiva teoria da descentração, são resgatados. São também apresentadas as analogias sugeridas por Piaget entre o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento da sociedade e da socialização individual. O terceiro momento aproxima os dois autores. Foram identificadas as referências a Piaget na obra habermasiana, as relações entre operatoriedade e agir comunicativo, tratou-se da abstração reflexionante e, por fim, foram abordadas as analogias entre o percurso da ação ao conceito e o trajeto em direção ao agir comunicativo, atendendo o objetivo geral da pesquisa. Nas considerações finais, evidencia-se a possibilidade de uma analogia em nível funcional entre os temas que derivam da aproximação entre Piaget e Habermas. A partir dela, podem ser encontrados recursos para que iniciativas educativas fortaleçam sua potência emancipatória.