Raízes finas em plantações de eucalipto: efeitos genéticos e edafoclimáticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Basílio, Josiana Jussara Nazaré
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213477
Resumo: Compreender como as variações climáticas irão impactar a produtividade dos ecossistemas florestais se tornou um grande desafio para os fisiologistas de plantas, os quais tem destinado grandes esforços para entender sua capacidade de adaptação e sobrevivência. Neste contexto, o comportamento das raízes finas ao longo do perfil de solo até a profundidade máxima de enraizamento se torna necessário para melhorar a compreensão das interações solo-planta-atmosfera, assim como as estratégias usadas para sobrevivência aos longos períodos de seca. Este estudo teve como objetivo principal avaliar a distribuição de raízes finas em profundidade para genótipos de Eucalytpus cultivados em condições edafoclimáticas contrastantes, com manipulação da disponibilidade hídrica em cada sítio (100% e 70% da disponibilidade hídrica local). Os objetivos específicos foram distribuídos em três capítulos: (i) comparar a distribuição de raízes finas para quatro genótipos de Eucalyptus cultivados em clima tropical e subtropical aos três anos após o plantio; (ii) investigar a distribuição de raízes em profundidade para o clone Eucalyptus mais plantado no Brasil em quatro condições edafoclimáticas distintas três anos após o plantio e (iii) caracterizar as mudanças ocorridas na distribuição de raízes finas dos três para os seis anos de idade em dois genótipos de Eucalyptus. Raízes finas, ou seja, raízes com diâmetro inferior a 2 mm, foram amostradas até a profundidade máxima com auxílio de um trado semi-mecanizado que coletou amostras em três pontos por parcela. Já aos três anos, as raízes finas exploraram grande volume de solo, com massa de raízes finas situando-se entre 3,2 a 9,7 Mg.ha-1. Para esta idade, profundidades de enraizamento situaram-se entre 3 e 11 metros, com cerca de 50% das raízes finas no primeiro 1 metro do solo. Maiores profundidades de enraizamento foram identificadas no sítio subtropical quando comparado ao tropical e os genótipos A1 (E. urophylla) e C3 (E. grandis x E. camaldulensis) apresentaram maiores biomassas de raízes finas quando cultivados em ambientes com presença elevada de déficit hídrico (~580 mm). Aos seis anos o genótipo E. urophylla apresentou amplitude de massa de raízes finas de 1,69 a 10,27 Mg.ha-1, no qual metade da massa de raízes finas prevaleceu no primeiro metro de solo e menos de 10% abaixo de cinco metros de profundidade. Raízes finas atingiram profundidade de enraizamento entre 6,9 a 17,7 metros aos seis anos, sendo que a máxima profundidade foi encontrada no sitio com elevados teores de areia no solo. Verificou-se aumento em cerca de 38% na profundidade máxima de enraizamento para os genótipos A1 e C3 dos três para os seis anos. Já em relação a massa de raízes finas, em ambiente tropical a massa de raízes finas aumentou em 55 % dos três para os seis anos para ambos os genótipos. Comportamento distinto foi observado para o sítio úmido. De maneira geral, os genótipos de Eucalyptus apresentaram elevada plasticidade na distribuição de raízes finas em função da disponibilidade hídrica ao longo do gradiente edafoclimáticos dos sítios, através de uma mudança relativa na alocação de carbono abaixo do solo em função da redução da disponibilidade hídrica.