Desenvolvimento biológico, danos diretos e indiretos da cochonilha rosada da cana-de-açúcar Saccharicoccus sacchari (Cockerell, 1895) (Hemiptera: Pseudococcidae) no estado de São Paulo : biossistemática da cochonilha rosada da cana-de-açúcar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Monteiro, Gabriel Gonçalves [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/237089
Resumo: O cultivo de cana-de-açúcar Saccharum spp. (Poales: Poaceae) faz do Brasil o maior produtor mundial. Apesar de estratégias agronômicas empregadas, problemas fitossanitários como insetos-praga e doenças fitopatogênicas se destacam. A cochonilha-rosada-da-cana-de-açúcar Saccharicoccus sacchari (Cockerell, 1895) (Hemiptera: Pseudococcidae) e o fungo da podridão vermelha Colletotrichum falcatum Went, são comumente encontrados na canavicultura. Para compreender a atuação de um inseto-praga, relacionado ou não com um agente fitopatogênico, necessita-se estudar seu desenvolvimento biológico e os danos diretos e indiretos que ele pode ocasionar. Este trabalho objetivou avaliar o desenvolvimento biológico de S. sacchari em diferentes temperaturas, analisar as características biométricas e tecnológicas dos diferentes estádios fenológicos de plantas de cana-de-açúcar, infestadas pela cochonilha, estimar o número de perfurações ocasionadas pelo pseudococcídeo através de diferentes números do inseto e confirmar por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) o complexo cochonilha-podridão. Para a análise do desenvolvimento biológico, foram coletadas fêmeas oviplenas e colmos de cana-de-açúcar. Os colmos foram infestados com cochonilhas, individualizados em placas de Petri e mantidos em duas BODs (23 °C ± 2 °C e 28 °C ± 2 °C). Diariamente registrou-se o número de ovos, ovos viáveis e inviáveis, tempo de incubação, duração da última oviposição, eclosão de ninfas, duração de cada ínstar, mortalidade de ninfas, tempo de emergência e longevidade do adulto. O pseudococcídeo se reproduz por partenogênese telítoca. Em condições laboratoriais, o aumento da temperatura favorece a longevidade do inseto com três fases de crescimento. No estudo dos danos diretos, plantas de cana-de-açúcar foram infestadas, em cada estádio fenológico, por cochonilhas oviplenas. As plantas foram submetidas à biometria externa, e, no estádio de maturação, se obteve os dados tecnológicos. Obteve-se que as infestações do inseto em todos estádios fenológicos reduzem as características físicas das plantas, mas não as químicas tecnológicas qualitativas. Para o estudo das perfurações e do complexo cochonilha-podridão, colmos fragmentados foram infestados com diferentes números do pseudococcídeo por progressão geométrica, e colmos infestados pelo pseudococcídeo e infectados por C. falcatum foram coletados. Os colmos de cada tratamento foram imergidos em solução de fucsina ácida 1% e realizada a contagem de perfurações. Amostras isoladas da cochonilha-rosada-da-cana-de-açúcar, do pseudococcídeo com o aparelho bucal nas plantas, do fungo da podridão-vermelha, e do complexo cochonilha-podridão foram observadas sob Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Verificou-se que as perfurações ocasionadas por S. sacchari variaram entre 5,3 e 30,3, sendo dependente das perfurações de prova, do número de indivíduos, da área disponível para a alimentação e da sobrevivência das ninfas de primeiro, segundo e terceiro ínstares que conseguiram atingir até a fase adulta. Confirma-se a veracidade da hipótese do complexo cochonilha-podridão em plantas de cana-de-açúcar.