Investigando resistências à educação sexual: considerações psicanalíticas e queer a partir de escritos de Deborah Britzman

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Gelberton Vieira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150501
Resumo: Ainda que o debate sobre as relações entre educação e sexualidade venha se ampliando nos últimos anos no contexto brasileiro, é notável com o aumento de situações que envolvem aviltamentos à realização da educação sexual nas escolas, que também as resistências a esse debate acompanhem sua ampliação. Para a psicanálise, a emergência de resistências subjetivas se dá quando o movimento das ideias e dos afetos entram em conflito. Quando relacionadas à educação sexual, estas resistências podem ser representadas, sobretudo, pelo pânico moral decorrente de construções discursivas que associam este campo a uma prática pedagógica “perigosa” que supostamente teria o poder de produzir sujeitos desviantes dos ideais heteronormativos de gênero e de sexualidade. Nesta pesquisa, de caráter bibliográfico-investigativo, reconhecendo a importância de compreender este fenômeno para além de seu aparente essencialismo e pondo em questão, através da psicanálise, aquilo que as próprias resistências podem elucidar sobre aqueles que resistem e sobre aquilo que desperta resistências, busca-se identificar e problematizar diferentes modos de se resistir a modelos “normativos”, “críticos” e “pós-identitários” de educação sexual. A obra da psicanalista estadunidense Deborah Britzman, na medida em que oferece subsídios para o alcance do objetivo geral da pesquisa de investigar mecanismos psíquicos envolvidos nas resistências à educação sexual, torna-se a base deste trabalho. Articulando escritos selecionados desta autora com textos clássicos da psicanálise, são apresentados e discutidos os conceitos de “práticas de leitura”, “identificação”, “paixão pela ignorância” e “narcisismo das mínimas diferenças”, todos considerados úteis para a construção de um arcabouço ético-teórico que possa questionar idealizações que produzem resistências à educação sexual. A partir desta discussão, argumenta-se a favor de uma “pedagogia queer” que busque superar resistências tanto dos estudantes quanto dos educadores na educação sexual, enfatizando a importância de uma postura pedagógica de constante (auto)questionamento de ideais e de preconceitos. A psicanálise e os estudos queer, que atravessam a construção desta pesquisa, relacionam-se aqui precisamente no que se refere ao aspecto potencialmente desconstrutivo, desidealizador e questionador destas perspectivas teóricas.