Programa de controle do tabaco: fatores associados ao risco de abandono do tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Aline Leite de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214871
Resumo: Introdução: De acordo com a OMS, mais de oito milhões de pessoas morrem anualmente devido ao uso do tabaco. No Brasil, sua prevalência decresce na população geral, com o incentivo de políticas públicas, mas ainda é elevada em pessoas portadoras de Condições Crônicas não Transmissíveis (CCNT). A compreensão dos modelos de atenção e tratamento do tabagista é essencial para que as técnicas utilizadas possam ser aprimoradas, contribuindo com uma redução do abandono do tratamento. Objetivos: Identificar as características sociodemográficas e de saúde dos indivíduos que buscaram o Programa Nacional de Controle do Tabaco (PNCT) em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município de Campinas; estimar o percentual de abandono do tratamento e elencar os fatores associados a esse desfecho. Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte histórica, cujos dados foram obtidos em grupos de cessação de tabagismo, em duas UBS de Campinas (SP), segundo modelo proposto pelo PNCT, compreendidos entre janeiro de 2016 e dezembro de 2019. A pesquisa incluiu 276 participantes. Foram levantadas variáveis sociodemográficas, relativas às condições de saúde, relativas ao tabagismo e relativas à participação no programa. A análise exploratória foi feita através de medidas de tendência central e dispersão para as variáveis contínuas e de frequências simples e percentuais para as variáveis categóricas. Além disso, foi estimado o índice de abandono do tratamento com intervalo de confiança ao nível de 95%. Foi ajustado um modelo de regressão múltipla de Cox para o risco de abandono no tratamento em função de variáveis significativas (p < 0,20) identificadas. Os missings foram imputados utilizando o método de predictive mean matching por meio da função mice no software R 4.0.3. Associações foram consideradas estatisticamente significativas no modelo de regressão múltipla se p < 0,05. Resultados: A média de idade foi de 50,7 anos; sendo 60% sexo feminino; 40,6% se declararam brancos e 29,7% não brancos; 42,8% com companheiro e 39,1% sem; 70,3% relataram ter filhos e 12,7% sem filhos; 2,2% de analfabetos, 41,7% ensino fundamental, 27,5% ensino médio e 8% nível superior; 0,7% responderam receber menos de um salário-mínimo,11,6% entre um e dois salários e 5,8% acima de dois salários.8% declararam trabalhar em setores administrativos,18,1% em setor industrial, 25,7% em serviços,12,3% outros setores e 35,9% não responderam; 43,5% são católicos e 31,5% referiram outra religião, sendo que desses, 131 consideraram-se praticantes. O percentual de abandono do tratamento foi de 31% (IC 95%, 26% – 37%), equivalente a 87 indivíduos. Dentre as variáveis estudadas, hipertensão foi a única que estatisticamente se relacionou com o abandono do tratamento (p = 0,030), reduzindo-o. Conclusão: O perfil dos indivíduos que procurou o PNCT foi semelhante ao encontrado em outras pesquisas. Dentre as comorbidades avaliadas na análise estatística, notou-se que indivíduos não hipertensos apresentaram maior índice de abandono. São necessários outros estudos que avaliem fatores associados ao abandono do tratamento para o aprimoramento das estratégias de cuidado com o tabagista.