Avaliação de compostos naturais e sintéticos como antivirais contra o vírus do Chikungunya e Enterovírus A-71

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Shimizu, Jacqueline Farinha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192513
Resumo: Nas últimas décadas, diversos vírus que tinham sua ocorrência limitada a pequenas regiões se espalharam pelo globo, causando epidemias e preocupação entre as autoridades de saúde. Apesar dos inúmeros avanços no tratamento das infecções virais, vários destes vírus ainda não possuem tratamento especifico e eficaz. Adicionalmente, a alta taxa de resistência e o surgimento de novas mutações, torna a busca por novos antivirais desafiadora e de extrema importância. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo investigar a atividade antiviral de compostos de origem natural ou sintética contra os vírus da Chikungunya (CHIKV) e Enterovirus A71 (EV-A71). Contra o CHIKV, 48.750 compostos sintéticos foram inicialmente avaliados in silico por docking molecular, dos quais 12 compostos demonstraram apresentar interação com a região de ligação a ADP-ribose do dominío macro da proteína viral não estrutural 3 (nsP3), e foram selecionados para ensaios in vitro. Ensaios de viabilidade celular foram realizados para determinar a máxima concentração não tóxica de cada composto, que foi utilizada nos ensaios anti-CHIKV em células de hepatocarcimona humano Huh-7, transfectadas com os replicons subgenômicos do CHIKV. Os resultados demonstraram que os compostos C5 e C13 na concentração de 20 µM inibiram 53 e 76% da replicação do CHIKV em células Huh-7, respectivamente. Contra o EV-A71, 6 proteínas isoladas da peçonha de serpentes foram testadas em concentrações não tóxicas em células Vero infectadas, sendo avaliadas a atividade virucida, protetiva e contra a replicação do EV-A71. Das toxinas testadas, a crotamina e MJTX-II apresentaram atividade para as três etapas avaliadas, inibindo até 100% da infectividade viral. A MJTX-I e a crotapotina apresentaram atividade virucida e protetiva, enquanto a crotoxina apresentou atividade virucida, e a PLA contra na replicação viral. Os resultados obtidos demonstraram que os compostos sintéticos testados contra o CHIKV apresentaram atividade moderada, porém significante, contra a replicação do vírus. Adicionalmente, as proteínas isoladas da peçonha de serpentes demostraram potente atividade antiviral contra o EV-A71. Mais estudos são necessários para avaliar o potencial dessas moléculas como modelos de antivirais, bem como para um melhor entendimento do mecanismo de ação antiviral.