Resposta produtiva do capim-massai e fluxo de gases do solo em sistema silvipastoril com aplicação de bioestimulante foliar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ferreira, Mariane Rodrigues [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/216259
Resumo: O uso de componentes arbóreos em sistemas de pastagens tem sido utilizado para trazer diversos benefícios ao componente solo-planta-animal, podendo alterar o valor nutricional das forragens e as emissões de gases de efeito do solo estufa do sistema. Diante disso, a presente Tese teve como objetivo i) avaliar massa de forragem e valor nutritivo do capim-massai em sistema silvipastoril (SSP) ou a pleno sol (SPS) durante os diferentes estádios de desenvolvimento (ED) e, ii) quantificar a emissão de gases de efeito estufa do solo do capim-massai em SSP ou SPS sob a aplicação de bioestimulante foliar. Para isso, dois experimentos foram desenvolvidos. No experimento 1 o delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco repetições. Os tratamentos foram distribuídos em esquema fatorial 2 x 4. O capim-massai foi avaliado em dois tipos de sistemas: SSP e SPS; durante quatro estádios de desenvolvimento: estádio vegetativo (E1), pré-floração (E2), floração plena (E3) e maturidade após o florescimento (E4). O componente florestal do sistema silvipastoril foi o Eucalyptus urograndis (Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla), plantados em fileiras únicas, no sentido Leste-Oeste e espaçamentos de 18 x 1,5 m. O experimento 2 foi disposto em delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições, em esquema fatorial 2 x 2, em 4 ciclos de pastejo. Os tratamentos foram os dois sistemas: SSP e SPS; e aplicação do bioestimulante foliar: com e sem. No experimento 1, a produção de massa de forragem e componentes morfológicos do capim-massai não diferiram (p>0,05) entre o SSP e SPS. Entretanto, se diferiram nos estádios de desenvolvimento (p<0,05), com efeito linear crescente para massa de forragem, porcentagem de colmo e material morto e decrescente para porcentagem de folha e relação folha:colmo. O tipo de sistema de cultivo alterou apenas o teor de proteína bruta. À medida que se elevou a idade da planta forrageira, houve redução na produção de gás oriundo da fermentação da matéria orgânica (Vf) e tempo de colonização (L). A degradabilidade in vitro da matéria seca não diferiu entres os sistemas de cultivo e decaiu com o avançar dos estádios de desenvolvimento. No experimento 2, as maiores emissões e consumos de metano (CH4) ocorreram no 4° ciclo de pastejo, em ambos os anos experimentais com fluxo médio de 149 ± 64 µg CH4 m -2 h -1 e -122 ± 73 µg CH4 m -2 h - iv 1 , respectivamente. Os maiores fluxos de óxido nitroso (N2O) foram observados no 1° ciclo de pastejo nos dois anos experimentais com fluxo médio de 80 ± 70 µg N2O m -2 h -1 e 62 ± 21 N2O µg m -2 h -1 em 2020. Independentemente do tipo dos sistemas e a aplicação do bioestimulante não houve alteração nas emissões cumulativas de CH4. Em relação ao N2O, a aplicação do bioestimulante foliar reduziu a emissão cumulativa de N2O no 2° ciclo de pastejo e durante o 3° ciclo de pastejo o SSP apresentou maior emissão. No experimento 1, o sombreamento causado pelo sistema silvipastoril não comprometeu a massa de forragem, valor nutritivo e a DIVMS do capim-massai em comparação ao sistema a pleno sol, exceto pelo aumento no teor de PB. O sombreamento também fez com que o capim-massai permanecesse estádio vegetativo por mais tempo. O avanço do estádio de desenvolvimento da forrageira resulta na diminuição da proporção de folhas e do seu valor nutritivo. No experimento 2, Pastagens tropicais funcionam como fonte e dreno nas emissões de N2O e CH4. Os resultados demonstram que o sistema silvipastoril possui potencial para emitir mais N2O em comparação ao sistema em monocultivo, enquanto a aplicação de bioestimulante foliar apresenta potencial para reduzir essas emissões. No entanto, outros fatores que controlam os fluxos dos gases de efeito estufa vão além do sistema e uso de bioestimulante foliar. Estudos futuros devem ser realizados para verificar quais são os principais controladores na emissão de gases de efeito estufa em diferentes sistemas de pastagens tropicais e diferentes doses de bioestimulantes