Nas profundezas do mar da história do teatro brasileiro : um mergulho feminista na produção dramatúrgica de Nivalda Costa e no teatro político escrito pelas mulheres de 1964 a 1985

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ribeiro, Patricia Borin [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/254823
Resumo: A pesquisa irá se debruçar sobre a reflexão produzida a respeito da dramaturgia das mulheres que escreveram no período da ditadura civil militar brasileira, tendo por estudos de caso a obra de Nivalda Costa e a experimentação dramatúrgica autoral “Um azul nos bueiros de São Paulo”. A princípio dialogando com as análises de Elza Cunha de Vincenzo (1992), Maria Cristina de Souza (1990) e Ana Lúcia Vieira de Andrade (2006), o estudo atualiza a história do teatro político brasileiro das décadas de 1960-80. Como observa Margareth Rago (1998), este é o ponto de partida para refletirmos sobre a mutação epistemológica que os estudos de gênero e feministas operam nas Artes Cênicas. Esta nova epistemologia, que enfatiza a historicidade dos conceitos e a coexistência de temporalidades (RAGO, 1998), traduzindo uma reação crítica à predominância dos saberes hegemônicos (FISCHER, 2018), evidencia o lugar do arquivo como espaço da memória (BARROS; AMÉLIA, 2009) e acumulado de discursos, sujeitos às relações de saber/poder (FOUCAULT, 2008). Deste acesso aos arquivos é que o nome da dramaturga baiana Nivalda Costa ascende à pesquisa, fonte complementada pelo trabalho primoroso de Débora de Souza (2019). O arquivo pessoal de Costa, bem como informações sobre sua vasta produção dramatúrgica e sua vida na militância e na arte, nos conduz a questionamentos sobre memória, visibilidade artística, censura e apagamentos históricos. Integra-se, por fim, o processo de escrita da peça “Um azul nos bueiros de São Paulo”, dramaturgia autoral que trata do acesso à memória das dramaturgas ocultas (SOUZA, 1990) da história no período da ditadura civil-militar brasileira. O trabalho artístico estabelece um espaço criativo, em que os materiais tratados na tese são ressignificados, de maneira a reposicionar os conceitos de registro de si, narrativas nas margens e dramaturgia do teatro político no Brasil, evidenciando o retorno ao passado não só como um momento libertador da lembrança, mas como uma captura do presente (SARLO, 2007, p. 9). Neste contexto, a memória aqui questionada se torna presente no momento em que o público entra em contato com este passado, tendo em vista ser aquele o único tempo da memória (SARLO, 2007, p. 10).