Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Boschiero, Irene Cristina [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/93861
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Resumo: |
Assumindo o papel de praeceptor amoris (preceptor do amor), Ovídio compõe a Ars amatoria, proclamando que tal obra é capaz de tornar instruídos (docti) os que não sabem amar. O título dado à preceptística é já esclarecedor, pois evidencia a concepção de amor como ars, ou seja, o relaciona à perícia, técnica, habilidade, bem como a método, teoria, sistema de procedimentos. Além da matéria que se propõe a ensinar, o manual ovidiano possui outra característica intrigante: é um poema híbrido, ou seja, um poema didático composto em metro elegíaco e não em hexâmetro, permeado de topoi próprios das elegias. Esse hibridismo ou o entrelaçar dos corpos elegíaco e didático é que denuncia o caráter inter e metatextual da Ars amatoria. Nas elegias, o leitor é levado a crer que aqueles topoi são de fato sentimentos naturais e espontâneos. Quando esse leitor se defronta com a Ars, nota que, na verdade, eles são imitações de sentimentos. Em outras palavras, é declarado a ele que a maneira de agir de um apaixonado não passa de uma série de convenções. Assim, Ovídio remete seu leitor para outras obras elegíacas, inclusive as suas próprias (Amores, Heróides, Os remédios para o amor). Esse procedimento capacita o leitor a estabelecer relações entre textos diferentes, ou seja, mostra a ele como ler, como se engajar no discurso erótico, tornando a Ars amatoria, mais que um manual de amor, um manual de poesia. |