Perfil da fluência de fala de escolares segundo a gravidade da gagueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Mariane Cristina de Lorena [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154402
Resumo: A gagueira é a principal desordem da fluência e um dos mais prevalentes distúrbios desenvolvimentais na infância, e sua variabilidade, em termos de frequência, duração e presença de concomitantes físicos, interfere na gravidade da gagueira. Dados precisos da avaliação da fluência considerando o grau de gravidade da gagueira são importantes para propiciar maior compreensão da manifestação clínica nos diferentes subtipos do distúrbio. O objetivo geral foi caracterizar e comparar a fluência da fala de escolares com gagueira leve (GL), moderada (GM) e grave (GG); e relacionar os parâmetros da fluência. Participaram 30 escolares com gagueira de ambos os gêneros, divididos em três grupos de 10 escolares cada: Grupo de Gagueira Leve; Grupo de Gagueira Moderada; Grupo de Gagueira Grave. Todos apresentaram pontuação condizente com o grupo de estudo pelo Instrumento de Gravidade da Gagueira. Os procedimentos realizados foram: avaliação da fluência da fala, classificação da gravidade da gagueira e análise acústica para calcular a velocidade de fala. Foi realizada a análise estatística com os testes ANOVA – One way e Kruskal-Wallis com correção de Fisher e; Teste de Pearson e Spearman. Os resultados mostraram que o perfil da fluência da GL e GM foi semelhante na maioria das análises qualitativas e quantitativas. O prolongamento foi a única disfluência que ocorreu mais frequentemente na GM em relação à GL (p=0,045), podendo ser um importante marcador da gravidade da gagueira. No entanto, a GG se diferenciou em relação à GL e GM na maioria das variáveis. Os resultados relativos à velocidade de fala mostraram que existe uma relação inversamente proporcional entre a frequência de disfluências e os fluxos de sílabas e de palavras por minuto, uma vez que o grupo grave, que apresentou maior frequência de rupturas (disfluências típicas da gagueira, outras disfluências e total das disfluências), foi o mesmo grupo que manifestou menor velocidade de fala quando comparado com os grupos leve e moderado. Conclui-se que o perfil da fluência de escolares com GG foi divergente dos GL e GM, pois mostrou maior frequência de: disfluências típicas da gagueira, outras disfluências, total das disfluências, disfluências de duração, repetição de som, bloqueio e palavra incompleta. Assim como, manifestou maior escore de frequência e duração das DTG, escore dos concomitantes físicos e escore total do Instrumento de Gravidade da Gagueira. O perfil da fluência do GM e GL foi semelhante na maioria das variáveis, somente diferenciou quanto à maior frequência de prolongamentos. Houve relação inversamente proporcional para as seguintes variáveis: frequência de disfluências típicas da gagueira e velocidade de fala e escore total do Instrumento de Gravidade da Gagueira e velocidade de fala, e; relação diretamente proporcional para a frequência de disfluências típicas da gagueira e de outras disfluências. Acredita-se que, os resultados auxiliarão na melhor compreensão da variabilidade do distúrbio relacionada à gravidade, propiciando um diagnóstico mais preciso e uma melhor intervenção aos escolares que gaguejam de acordo com suas reais necessidades.