Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Sales, Danielle Cavalcanti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191109
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Resumo: |
A mastite é a enfermidade que mais causa prejuízos de ordem quantitativa e qualitativa nos sistemas de produção de leite no mundo. A prevenção e controle da doença precisam envolver atividades práticas e eficientes que auxiliem a tomada de decisões rápidas na fazenda. Os métodos de triagem para o diagnóstico da mastite aplicados às búfalas leiteiras são aqueles desenvolvidos especificamente para as vacas. Assim, o objetivo geral da tese foi estudar a mastite subclínica em búfalas e avaliar os métodos de triagem que auxiliam o diagnóstico da doença na fazenda. O trabalho se divide em quatro capítulos que tratam de: revisar a literatura sobre as temáticas (I); caracterizar o leite de quartos mamários com e sem infecção intramamária, e avaliar a associação entre a presença de infecção intramamária e as características microbiológicas do leite de quartos mamários de búfalas, posição dos tetos e os resultados dos métodos de triagem (II); e avaliar os testes rápidos California Mastitis Test , Somaticell e condutividade elétrica como métodos de triagem para auxiliar o diagnóstico da mastite subclínica em búfalas diretamente na fazenda (III). O estudo foi realizado em um rebanho de búfalas no estado do Rio Grande do Norte. Foram colhidas 533 amostras de leite de quartos mamários que foram submetidas à contagem eletrônica de células somáticas (CCS), aos testes de triagem (California Mastitis Test – CMT, teste Somaticell - SO e condutividade elétrica – CEL) e ao exame microbiológico para diagnóstico da mastite subclínica (IMM: positiva/negativa), classificação da infecção (negativa, contagiosa, ambiental, mista e oportunista) e do microrganismo envolvido (negativa, individual ou misto). Foram desenvolvidas análises descritivas por distribuição de frequências, e medidas de posição, dispersão e distribuição dos dados para caracterização dos quartos mamários. Também foram realizadas análises associativas pelo modelo linear generalizado e teste de qui-quadrado para verificar a dependência e correspondência entre os métodos de triagem e a presença da infecção intramamária. A avaliação dos métodos de triagem foi obtida pelas estimativas de estimativas da sensibilidade, especificidade, acurácia e concordância (coeficiente kappa) e pela curva ROC. A contagem eletrônica de células somáticas foi tomada como referência para a diferenciação dos quartos mamários com alta e baixa CCS, considerando quatro pontos de corte (150, 200, 280 e 400 mil céls/mL) e diferentes critérios de classificação dos quartos mamários pelos métodos de triagem - “traços, 1+, 2+ e 3+” e “1+, 2+ e 3+” (CMT); SO ≥ 150, 200 e 400 céls/mL; e CEL ≥ 3,0, 4,0, 5,0 e 6,0 mS/cm. A maioria dos quartos mamários avaliados tinham até 400 mil céls/mL. As reações positivas ao CMT ocorreram em 59,29% dos quartos mamários avaliados, sendo a reação 1+ a mais frequente dentre as positivas. 46,72% dos quartos mamários apresentou CCS acima de 400 mil céls/mL pelo teste SO. A CEL de 49,34% dos quartos mamários era maior que 4,5 mS/cm. As médias de CCS, SO e CEL foram 1.104,90 e 675,95 céls/mL e 4,88 ms/cm, respectivamente. A infecção intramamária foi diagnosticada em 68,73% dos quartos mamários investigados, sendo que metade (50,55%) estava infectada por apenas uma espécie de microrganismo. A maioria dos casos de IMM positiva era do tipo contagiosa (47,62%), principalmente por Corynebacterium bovis e Streptococcus agalactiae, seguida da ambiental (30,69%), principalmente Streptococcus dysgalactiae, Escherichia coli, Klebsiella spp. e Enterococcus spp; e oportunista (19,58), representada pelos Staphylococcus spp. coagulase negativa. Houve variação significativa de CCS nas classes de CMT, SO e CEL. Foi encontrada correspondência altamente significativa entre os testes CMT e Somaticell. Não existe associação entre a CCS, posição do quarto mamário, presença da infecção, tipo da infecção e do microrganismo. Há associação entre a variação da condutividade elétrica e a presença de IMM e concordância entre esta e os resultados de CMT. O critério do CMT que considera a reação de traço foi melhor para selecionar os quartos mamários com CCS a partir de 150 e 200 mil céls/mL. Já para uma triagem menos rigorosa, com CCS nos pontos de corte 280 e 400 mil céls/mL, a melhor avaliação do CMT foi no critério que não considera a reação de traço. As melhores avaliações para o teste Somaticell nos pontos de corte em 150 e 200 mil céls/mL foram nos critérios ≥ 200, e em 280 e 400 mil céls/mL, foi no critério ≥ 400. De forma mais específica, os valores críticos do teste Somaticell e condutividade elétrica que maximizam a capacidade de detectar corretamente os quartos mamários de búfalas com contagem de células somáticas de 150, 200, 280 e 400 céls/mL são, respectivamente 253 (244 - 263), 363 (340 - 379), 398 (379 - 418) e 477 (470 - 485) mil céls/mL e 4,5 mS/cm. Os métodos de triagem realizados na fazenda auxiliam a identificação de quartos mamários com alta contagem de células somáticas. A condutividade elétrica e o CMT têm relação com a presença de infecção intramamária, mas o diagnóstico da doença deve ser confirmado pelo exame microbiológico do leite quartos mamários de búfalas. A associação dos métodos de triagem pode ser uma escolha assertiva para os programas de controle e prevenção da doença em rebanhos bubalinos. |