Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Guerrini, Vitor Bonatto [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/166378
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Resumo: |
As faunas de bivalves endêmicos do Permiano do Grupo Passa Dois, mundialmente conhecidas, evoluíram a partir de ancestrais marinhos em um enorme mar epicontinental, isolado, acompanhando a progressiva continentalização/aridização da Bacia do Paraná, Brasil, no Paleozoico Superior. No entanto, até o momento, os bivalves que se desenvolveram nos ambientes marginais de águas doces da Bacia do Paraná foram pouco estudados. Neste contexto, na presente dissertação é apresentada uma detalhada análise sistemática dos bivalves dos membros Serrinha e Morro Pelado, da Formação Rio do Rasto, Grupo Passa Dois. As implicações evolutivas, paleoecológicas e paleogeográficas dos dados são discutidas. No total, foram examinados 204 espécimes, preservados, principalmente, como moldes compostos em argilitos avermelhados. Três assembleias de bivalves foram identificadas: a- Terraia decarinata e b-Terraia cf. T. decarinata, no intervalo de transição entre os membros Serrinha e Morro Pelado, e c- Palaeomutela australis, que é registrada na parte basal do Membro Morro Pelado. A primeira assembleia (= 137 exemplares) é composta por Terraia decarinata sp. nov. (67,88%), seguida de Relogiincola delicata gen et sp. nov. (9,50%), Palaeomutela australis sp. nov. (4,38%) e Palaeomutela platinensis (Reed) (0,73%), além de conchas indeterminadas (17,52%). A segunda assembleia (= 32 exemplares) é dominada por Terraia cf. T. decarinata sp. nov. (56,25%), seguida de Terraia decarinata sp. nov. (9,37%), Palaeomutela platinensis (Reed) (6,25%), além de conchas mal preservadas, indeterminadas (28,13%). A terceira assembleia (= 35 espécimes) inclui Palaeomutela australis sp. nov. (51,43%), Relogiincola delicata gen et sp. nov. (11,43%) e Palaeomutela platinensis (Reed) (2,86%), além de espécimes indeterminados (34,28%). Estas assembleias são quase que monoespecíficas e incluem bivalves de uma mesma guilda ecológica (i.e., escavadores rasos, suspensívoros), sugerindo condições de alto estresse ambiental. Todas as assembleias contêm Palaeomutela Amalitzky, gênero cosmopolita, típico de ambientes de águas doces, do Paleozoico Superior. Notavelmente, ambos os gêneros Relogiincola gen. nov. (Pachydomidae Fischer) e Terraia Cox (Crassatellacea Ferussác) que ocorrem em associação com Palaeomutela Amalitzky têm afinidades com bivalves registrados nas unidades subjacentes à Formação Rio do Rasto, do Grupo Passa Dois. Isso mostra que alguns gêneros endêmicos que evoluíram in situ na Bacia do Paraná adaptaram à vida em condições límnicas. Nas três assembleias de bivalves, espécies características da porção basal e média do Membro Serrinha [Leinzia similis (Holdhaus), Oliveiraia pristina (Reed), Cowperesia emerita Mendes, Terraia curvata (Reed) e T. altissima (Holdhaus)] não foram registradas, indicando importante mudança faunística nas malacofaunas. As assembleias bivalves estão seguramente posicionadas em estratos sedimentares situadas acima das últimas ocorrências de Terraia altissima (Holdhaus) e Cowperesia emerita Mendes, na Formação Rio do Rasto. Na Formação Gai-As, Bacia de Huab, Namíbia, estas espécies ocorrem no limite Wordiano-Capitaniano, Guadalupiano. Portanto, as assembleias contendo Palaeomutela Amalitzky devem ser mais jovens que as que registram Terraia altissima (Holdhaus), e Cowperesia emerita Mendes, sendo, provavelmente, capitanianas. Conchas de Palaeomutela Amalitzky são também encontradas na porção inferior do Grupo Beaufort, das bacias sedimentares africanas (África do Sul, Tanzânia, Zimbábue e Zâmbia). Estes registros podem corresponder à máxima expansão paleobiogeográfica de Palaeomutela Amalitzky no Gondwana ocidental, durante o Permiano Superior. |