Caracterização biofísica da interação da proteína M2-1 do vírus sincicial respiratório humano (HRSV) com RNA e com os alcaloides esteroidais ciclopamina e solasodina.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Machado, Vitor Brassolatti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
RNA
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192994
Resumo: O vírus sincicial respiratório humano (HRSV) é o principal agente causador de doenças crônicas do trato respiratório inferior em crianças e idosos por todo o mundo. A proteína M2-1 do HRSV atua como um fator de antiterminação transcricional, possibilitando a transcrição de todos os genes. Essa proteína é dividida em quatro domínios: um domínio de dedo de zinco; o domínio de oligomerização; o domínio globular que interage com o RNA viral; e um domínio C terminal não estruturado. Em 2016, um estudo publicado por Bailly e colaboradores mostrou que alguns alcaloides esteroidais possuíam atividade antiviral significativa contra o HRSV e que o principal alvo do composto era o domínio globular da proteína M2-1 (dgM2-1). O presente estudo teve como objetivo responder às seguintes perguntas: i) quais são os parâmetros termodinâmicos e as interações não covalentes envolvidas na formação e estabilização do complexo dgM2-1 / RNA ?; ii) ciclopamina e solasodina realmente interagem no domínio globular? Quais regiões destas moléculas estão envolvidas na interação com a proteína? Para alcançar os resultados, mensuramos a supressão de fluorescência do dgM2-1 pelo RNA em diferentes condições de temperatura, força iônica e pH. A constante de dissociação determinada para o complexo é da ordem de 10-9 M e a estequiometria de ligação é de 2 proteínas para 1 molécula de RNA. O efeito da temperatura revelou uma variação negativa na entalpia de ligação, enquanto o aumento no pH ou na concentração salina confirmou que a orientação da interação possui uma componente eletrostática. Os resultados também indicam que a interação é espontânea, com ligações de hidrogênio e forças de van der Waals desempenhando um papel fundamental na estabilização do complexo. Com relação aos alcaloides esteroidais, descobriu-se que ambos interagem no sítio de ligação ao AMP e o complexo formado foi visualizado por meio de docking molecular, o qual demonstrou que a interação ocorre na região de interface interdomínio dgM2-1/dedo de zinco e depende de ligações de hidrogênio e contatos hidrofóbicos para ocorrer. Esses achados necessitam de maiores investigações e são importantes para a compreensão do mecanismo de interação entre a proteína M2-1 do HRSV com o RNA e com candidatos promissores para o desenvolvimento de antivirais.