A infância no cativeiro: estudo das condições sociais e familiares das crianças escravas e libertas na cidade de São Paulo (1825 – 1888)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Robson Roberto da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154974
Resumo: Essa tese de doutorado em História tem por objetivo analisar as condições e circunstâncias sociais que envolvem as crianças negras e mestiças escravizadas, filhos de escravos, as diversas formações das famílias escravas, suas relações com a família patriarcal na cidade de São Paulo durante o período do século XIX entre os anos de 1825 até 1888 e suas diversas transformações e mudanças no decorrer dessa época. O recorte temporal diz respeito ao período em que o governo imperial começa a intervir nas questões referentes às famílias escravizadas em suas relações com seus senhores, antes limitadas ao ambiente privado das casas-grandes e sobrados senhoriais. Além disso, esse estudo, através da análise documental, vem discutir como as famílias escravizadas conseguiam sobreviver às dificuldades do cativeiro, onde a historiografia tradicional dizia que era impossível a formação familiar entre os escravos, essas análises comprovaram que ao contrario do discurso dos historiadores e sociólogos ortodoxos, foi possível a existência de famílias escravas no cativeiro. O cenário das relações escravagistas sofria uma inflexão em meados do século XIX após a extinção do trafico negreiro e isso permitiu que as famílias escravizadas desenvolvessem novas estratégias de conquista da alforria de seus filhos através da confiança e fidelidade com seus senhores nos testamentos, da compra de cartas de liberdade e do batismo e compadrio. As relações escravagistas e as condições sociais das crianças escravizadas sofreram novas mudanças no decorrer da Guerra do Paraguai (1864 – 1870) e posteriormente com a promulgação da Lei do Ventre Livre em 28 de Setembro de 1871, impondo uma intervenção maior do estado Imperial sobre as relações escravagistas entre senhores e suas escravas e seus filhos. Além disso, será nas ultimas décadas do século XIX que as crianças escravas e libertas terão uma maior inclusão ao mundo da educação através da aprendizagem profissional, contudo, com a intensa imigração europeia na capital paulista, as condições sociais das crianças escravizadas e libertas e de suas famílias se deterioraram gravemente, aumentando os índices de marginalização, indigência, delinquência, prostituição e criminalidade infantil.