Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Cury, Cecília Malheiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181266
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Resumo: |
Fundamento: A doença renal crônica (DRC) é um desafio ao sistema de saúde devido à prevalência crescente, aumento dos riscos de falência renal com dependência de diálise, bem como de doenças cardiovasculares e morte prematura. O sódio dietético atua diretamente na pressão arterial, além de atenuar os efeitos anti-hipertensivos e anti- proteinúricos dos medicamentos que atuam no sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). Entretanto, se a ingestão de sódio afeta a falência renal e óbito permanece incerta. Objetivo: Investigar a associação entre a excreção urinária de sódio, a ocorrência de falência renal e óbito em pacientes com DRC em tratamento não dialítico. Casuística e Métodos. Estudo de coorte retrospectivo com 205 pacientes renais crônicos em tratamento não dialítico acompanhados no ambulatório de DRC da Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP com idade superior a 18 anos, ambos os sexos, média de clearence de creatinina de 26 (19-41) ml/min por 1,73 m² e proteinúria de 0,3 (0,17-0,6) g/24 horas. Critério de inclusão foi definido como pacientes que apresentavam duas amostras de sódio urinário de 24 horas. Critérios de exclusão foram pacientes que receberam diálise previamente em um período de 01 mês antes da realização da coleta exames, em fase maligna de hipertensão, portadores de insuficiência hepática, alcoolistas, diagnosticados com neoplasias malignas e presença de exame bioquímico com valores discrepantes da média populacional. Para mensurar a ingestão de sódio foram coletadas duas amostras de sódio urinário de 24 horas no período de 49 meses (10/2006-11/2010). Os pacientes foram categorizados em quintis de acordo com os valores crescentes da média das duas amostras de sódio urinário. Os desfechos avaliados foram: falência renal (início da terapia substitutiva renal) e óbito. A sobrevivência dos pacientes foi analisada pelo modelo de regressão de Cox múltiplo ajustados para idade, clearance de creatinina, tabagismo e índice (proteinúria/creatininúria). Em todos os testes a significância estatística foi definida como p < 0,05. Resultados: Durante o período de seguimento 125 meses (10/2006-03/2017) houve 52 óbitos (25,3%) e 37 indivíduos (18%) que evoluíram para falência renal. Ao analisar a falência renal, considerando-se o 1º quintil (excreção urinária de sódio inferior a 2,51g/dia) como referência, 2º quintil (2,52 e 3,11g/dia) apresentou um HR de 0,245 (95% confidence interval [95% Cl] 0,660-0,912) p=0,036; os HR dos demais quintis não apresentaram significância estatística em relação ao 1º quintil. Não houve associações estatisticamente significantes entre os quintis de excreção urinária de sódio e óbito. Conclusões: Estes dados indicam que a excreção urinária de sódio no intervalo entre 2,52 e 3,11 g/dia associou-se a menor risco de falência renal, sem associação com o desfecho óbito. Este resultado sugere a ingestão de sódio acima da recomendação da Organização Mundial de Saúde. |