Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Stefanuto, Jéssica Raquel Rodeguero [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191867
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Resumo: |
A tese que aqui se apresenta acolhe a tarefa de interpretar o fenômeno do ressentimento em relação à música considerando, principalmente, o contexto brasileiro. Fundamentada na tradição da Teoria Crítica da Sociedade, objetiva seguir pensando a partir dos princípios, problemas e conceitos indicados por esse conjunto de autores, em especial por Theodor W. Adorno - filósofo e músico. Busca também atualizar esse pensamento contextualizando-o a uma outra realidade e a um outro tempo histórico que, mesmo guardando permanências, explicita importantes rupturas. Para tanto, o primeiro movimento foi trazer à tona uma constelação conceitual que iluminasse o conceito de ressentimento, principalmente no interior da obra de Adorno, em sua ambiguidade de recusa e desejo; o segundo movimento foi situar histórica e socialmente o conceito em um exercício de interpretação da realidade em que, grosso modo, se configuraria o ressentimento em relação às músicas no Brasil, confrontando alguns aspectos dessa realidade também com o conceito adorniano de “ouvinte do ressentimento”; por fim, o terceiro movimento foi retomar o conceito de ressentimento em suas dimensões semiformativas, entendendo que a constelação afetiva do ressentimento é um fator que se relaciona de modo conspícuo a impedimentos formativos. Concluiu-se que o ressentimento frente às músicas deve ser pensado em relação à personalidade autoritária, ao preconceito e ao narcisismo ferido, problemáticas fortemente vinculadas à condição de subjetividades danificadas e que as raízes de tais manifestações devem ser buscadas nas condições concretas de vida e nos diferentes sacrifícios que são exigidos dos sujeitos para a manutenção da autoconservação. Torna-se possível afirmar que o ressentimento atinge de modo peculiar um estrato médio da sociedade e que não deve ser necessária e imediatamente atribuído aos estratos historicamente oprimidos. Por fim, entende-se como necessária e delicada a implicação dos processos formativos que visem, afinal, constituir sujeitos capazes de resistir às não desprezíveis imposições para recusar-se à individualidade. Se as escassas possibilidades de formação, num contexto de ubiquidade da semiformação, tanto se relacionam com as raízes do ressentimento quanto são diretamente afetadas por ele, é o esforço formativo que se constitui como aposta enquanto ainda ensaiamos as potencialidades de imaginar uma realidade que só existe como utopia. |