Processos cognitivos analógicos como recursos de presença em argumentação: uma proposta para a interpretação e produção textuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Aline Pereira de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150990
Resumo: As projeções, como a metáfora, a personificação, a comparação, a metonímia e a parábola, geralmente são apresentadas aos alunos na escola apenas como figuras de linguagem de uso restrito ao universo literário. Entretanto, pretendemos mostrar que tais projeções são presentes em nossa comunicação diária e utilizadas em larga escala em muitos gêneros, tanto de forma natural, explicitando sua presença no pensamento (cf. LAKOFF e JOHNSON, 1980), quanto proposital (cf. GIBBS, Jr. 2015 e STEEN, 2015). Desses gêneros, escolhemos três para compor nosso corpus: títulos de matérias jornalísticas, dissertações argumentativas bem avaliadas da FUVEST e do ENEM e memes de Facebook, que são os principais gêneros a que estão expostos os alunos do Ensino Médio. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o uso e, principalmente, a funcionalidade desses processos cognitivos de projeção de base analógica em três gêneros diferentes e cotidianos para o nosso público–alvo, para reforçar a importância comunicativa e social que a presença de projeções tem nesses textos. A partir dessa análise foi delineada uma estratégia de ensino-aprendizagem da produção/compreensão desses textos, pois acreditamos que compreender as projeções como um processo cognitivo e analógico pode ajudar consideravelmente os estudantes a desenvolver suas habilidades de leitura, compreensão e produção textual. A hipótese que defendemos é que as projeções são bastante frequentes em muitos gêneros e têm importante função argumentativa. Acreditamos, também, que tais textos são consumidos justamente por conta das projeções contidas neles, já que elas os tornam mais atrativos e podem significar muito, dizendo pouco. Nossos principais objetivos, portanto foram: compreender a funcionalidade e os efeitos de sentido das projeções utilizadas nos textos escolhidos e verificar como o domínio e a consciência de tais conceitos podem ajudar os alunos a compreender melhor os textos que os circundam e a produzir textos mais bem escritos. A análise teve como base os conceitos da Moderna Linguística Cognitiva e, para tanto, foram utilizadas a Teoria da Integração Conceptual (Blending) proposta por Fauconnier e Turner (2002), Turner (2014), a Teoria da Parábola, proposta por Turner (1996), considerações sobre Analogia propostas por Hofstadter, D. e Sander, E (2013) e também, em termos funcionais, o princípio da “presença” proposto por Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996). Para as reflexões didáticas foram utilizadas, principalmente, as considerações sobre leitura advindas de Koch (1995; 1997; 2002; 2006; 2016) e as considerações sobre Projetos didáticos de gênero advindas de Guimarães e Kersch (2011; 2012; 2014; 2015). Os resultados da pesquisa confirmam a hipótese de que o efeito persuasivo é mais facilmente alcançado quando os textos apelam para a experiência de vida do leitor e usam projeções como instrumento pedagógico.