Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Goulart, Rafaela Sales |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/239098
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Resumo: |
Esta tese procura compreender como as Folias de Reis foram preservadas em Ourinhos e Palmital, identificando os elementos – acontecimentos, instrumentos e ações – utilizados pelos sujeitos e grupos (Bandeiras de Santos Reis de Ribeirão Grande; Companhia de Reis Água das Anhumas; Companhia de Reis Família Faceiros e Faceiros Jr.; Companhia de Reis Três Ilhas) na construção da sua memória e identidade. Para isso, inicialmente foram revisitados alguns debates acerca do recente processo de reconhecimento dos bens culturais de natureza imaterial, evidenciando os mecanismos institucionais (legislações, processos, projetos) que permitiram tal ação que impulsionou pesquisas acadêmicas sobre a temática a partir dos anos 2000, bem como o Processo de Instrução para Registro das Folias de Reis do Estado de São Paulo como patrimônio cultural do Brasil, iniciado em 2020. Procurou-se perceber como essa história refletiu no local de estudo, tangenciando legislações e políticas de preservação nos municípios. Ademais, a metodologia qualitativa da história oral foi escolhida para o levantamento de fontes diversas (entrevistas, faixas musicais transcritas, imagens, livretos, podcasts e vídeos) acerca das memórias das Folias de Reis em questão. Como resultado, a pesquisa não encontrou legislações e projetos municipais que visem o reconhecimento e salvaguarda de patrimônios culturais de natureza imaterial, mas apontou problemáticas na condução de políticas de preservação daqueles de natureza material, bem como evidenciou que a forma local de reconhecimento das Folias de Reis é feita somente em calendários oficiais que as identificam como tradições folclóricas e turísticas. Em meio a conexões sociais diversas, porém, esses reconhecimentos foram apropriados pelos sujeitos e grupos, contribuindo à defesa da memória e identidade das Folias de Reis enquanto tradições importantes aos municípios, bem como na elaboração de ações que deram autonomia aos grupos no que diz respeito aos direcionamentos da preservação da celebração, como no caso da criação de Associações e do estabelecimento de lugar próprio ao festejo. Tais constatações demonstram como algumas Folias de Reis estão sendo mantidas no interior do Brasil, apontando para a importância dos estudos acadêmicos locais e com metodologias qualitativas, na reflexão sobre as ações e demandas coletivas e culturais, tendo em vista o processo de constituição de futuras políticas públicas municipais na área do patrimônio cultural, sobretudo, em municípios historicamente recentes. |