Prevalência de inguinodinia em pacientes submetidos à herniorrafia inguinal na Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Camargo, Daniel [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151857
Resumo: Introdução: As hérnias ínguino-crurais são protrusões anormais do peritônio em consequência a persistência do conduto peritônio vaginal ou ao enfraquecimento da parede abdominal na região inguinal. São classificadas quanto ao tipo, podendo ser direta, indireta ou mista, além das femorais. Sua real incidência é desconhecida, porém seu tratamento cirúrgico, a herniorrafia inguinal, é atualmente um dos procedimentos mais realizados no mundo. Dentre as complicações, destacam-se a recorrência e a dor crônica pós-operatória, ou inguinodinia. As técnicas cirúrgicas atuais diminuíram consideravelmente a recorrência, porém estudos mostram que a inguinodinia pode chegar a 43% dos casos, e pode ser subdividida em neuropática, somática ou disejaculatória, sendo o seu diagnóstico fundamental no sucesso do tratamento. Objetivo: Identificar os pacientes submetidos à herniorrafia inguinal em nosso serviço que desenvolveram inguinodinia, avaliando suas características epidemiológicas, etiológicas e somatossensoriais, permitindo traçar o perfil de risco para o desenvolvimento da dor crônica no pós-operatório. Materiais e métodos: Análise retrospectiva observacional dos prontuários eletrônicos de todos os pacientes submetidos à herniorrafia inguinal realizada no HC-FMB entre junho de 2012 e dezembro de 2015, além de entrevista telefônica para identificação de pacientes com sintomatologia compatível com inguinodinia, seguida de avaliação médica focada na propedêutica da dor para caracterização da dor crônica pós-operatória. Resultados: Foram identificados 267 procedimentos de herniorrafia inguinal no período estudado, sendo 90,3%em pacientes do sexo masculino. A idade média foi de 53,9 anos, variando entre 17 e 96 anos. Hérnias exclusivamente à direita ocorreram em 52,1% dos casos, 30,7% à esquerda e 17,2% apresentaram enfermidade bilateral. As hérnias indiretas totalizaram 49,2% do total, enquanto as diretas ocorreram em 35,1% e as mistas em 14,1%. As hérnias ínguino-crurais foram identificadas em 1,6% delas. As telas sintéticas foram utilizadas em 84,6% dos casos. Entre os pacientes contatados, 111 preencheram critérios de inclusão, dos quais 19 responderam positivamente em relação à dor crônica e foram convidados para avaliação médica e foram examinados. Desses, 16 foram diagnosticados com inguinodinia, resultando em uma incidência de 14,4% dos casos avaliados, com ocorrência maior em mulheres com hérnia femoral submetidas à técnica de Mcvay. Conclusão: A taxa de complicação e as características demográficas dos pacientes corroboram com a literatura, bem como a incidência de inguinodinia. Destaca-se o seu subdiagnóstico, que acarreta em sofrimento físico e psicológico, além de prejuízos pessoais e sociais aos pacientes que evoluem com dor crônica no pós-operatório.