Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ortega, Mariana Martins [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181384
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Resumo: |
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão, segundo dados da fundação, com base no Censo 2010. Apesar da prevalência alta de deficiência visual, há pouca informação disponível sobre os cuidados de saúde bucal e as necessidades desses indivíduos. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção e a condição de saúde bucal das pessoas com deficiência visual, bem como o acesso e a satisfação delas em relação aos serviços de saúde bucal. Trata-se de um estudo quantitativo, de caráter transversal, realizado com pessoas com deficiência visual de um Instituto para cegos. Foi utilizado um questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas sobre o tema. As variáveis pesquisadas foram: gênero, tipo de deficiência visual, tempo dessa deficiência, condição socioeconômica, percepção (OHIP-14) e condição da saúde bucal (CPOD), acesso e satisfação em relação aos serviços de saúde bucal. A análise de dados foi descritiva, sob a forma de frequência relativa, absoluta e analítica. Foi realizada a comparação entre variáveis categóricas por meio dos testes Qui-quadrado, teste Exato de Fisher, com nível de significância de 5%. Entre os resultados desta pesquisa, pode-se notar que, do total de pesquisados (n=72), 65,3% eram do sexo masculino, com média de idade de 34,6 ± 20,8 anos; metade possuía cegueira total. Quando perguntados sobre a necessidade de ir ao dentista, 66,7% responderam afirmativamente, e essa necessidade teve associação com a percepção da saúde bucal (p=0.024). Em relação ao impacto gerado na qualidade de vida do indivíduo, de acordo com as dimensões avaliadas, para a variável “percepção”, foram comparados os grupos cegueira total e baixa visão, em que a dimensão do desconforto psicológico foi estatisticamente significante (p=0.0008). Já em relação ao CPOD, foram encontrados valores estatisticamente significativos para a dimensão limitação funcional (p=0.0071). Foi encontrado um CPOD médio total de 12,8 para essa faixa etária. No que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde bucal, 56,9% dos entrevistados relataram que a última visita ao dentista foi há menos de um ano. Destaca-se, também, que a maioria (84,3%) classificou o tratamento da última consulta como bom ou muito bom. O acesso aos serviços de saúde ocorreu tanto no serviço público quanto no privado, independentemente da classe econômica do pesquisado (p=0,174). Com isso, foi possível concluir que a percepção das pessoas com deficiência visual em relação à sua saúde bucal é boa e que a sua condição bucal está de acordo com a média da população brasileira, porém, essa média ainda é alta, de modo que são necessárias mais ações de promoção em saúde bucal para a melhora da condição bucal das pessoas com deficiência visual e da população em geral. Além disso, é importante observar que, ainda que as pessoas com deficiência visual estejam satisfeitas com os serviços de saúde bucal, elas encontram dificuldades quanto à acessibilidade. Sendo assim, são necessárias maiores políticas de inclusão e acesso para essas pessoas, a fim de que elas continuem cuidando da sua saúde bucal. |