O impacto do primeiro acidente vascular encefálico isquêmico em funções cognitivas e sintomas depressivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Siqueira, Glória Stefania Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190775
Resumo: Introdução: O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) te m elevada incidência (85% dos casos) e associa-se a déficits cognitivos e afetivos. Contudo, é difícil determinar se tais disfunções decorrem da idade ou do insulto, uma vez que o AVEi é frequente em pessoas idosas, com baixa escolaridade e, eventualmente, com insultos recidivos. Objetivo: Avaliar os sintomas depressivos e déficits mnemônicos em pacientes pós-acidente vascular encefálico isquêmico, controlando variáveis confundidoras, acompanhando a evolução destes pacientes em dois tempos: tempo 1 (T1) até três meses pósinsulto neurológico e tempo 2 (T2), passados seis meses. Material e Métodos: Estudo neuropsicológico caso-controle prospectivo. Foram recrutados 30 pacientes pós-AVEi e 30 controles saudáveis. O Grupo Caso (Gca) se caracterizou por: i) primeiro episódio de AVEi, ii) idade entre 18-59 anos, iii) escolaridade ≥ 4 anos, e iv) ocorrência do insulto ≤ 100 dias v) ausência de outros transtornos neuropsiquiátricos. O Grupo Controle (GCo) constituiu-se de indivíduos saudáveis pareados quanto ao sexo, idade e escolaridade. A avaliação neuropsicológica incluiu dados socioeconômicos, memória episódica verbal e visual, memória operacional auditivo-verbal e visuoespacial, rastreio do funcionamento cognitivo geral, sintomas depressivos e qualidade de vida. Resultados e Discussão: A média etária do GCa foi M= 45,7 (dp 11,2) anos e do GCo M= 45,6 (11,1) anos, de escolaridade foi M= 7,4 (2,7) anos e M= 7,1 (2,6) anos respectivamente. Quanto ao funcionamento cognitivo geral, houve prejuízos no GCa, em comparação ao GCo (p=0,01) em ambos os tempos. Também houve diferenças entre os grupos na memória episódica verbal (p=0,01) e visual (p=0,01) tanto para evocação imediata quanto tardia. Porém, não foram encontradas diferenças para memória operacional fonológica e visuoespacial. GCa obteve menores níveis de qualidade de vida (p=0,01), assim como mais casos de depressão (p=0,01). Apesar disto, foi observado melhora do GCa na memória episódica verbal (p=0,01), e em evocação imediata para memória episódica visual (p=0,01) em T2. Apesar de verificar aumento nos escores das avaliações referentes ao funcionamento cognitivo geral (p=0,03) e qualidade de vida (p = 0,05), não houve melhora em algum subdomínio específico. Sintomas depressivos foram associados à lesão e idade em T2. Conclusão: Ao controlar variáveis como idade, escolaridade e lesão encefálica, os resultados demonstraram que pacientes com o primeiro AVEi têm redução significativa em seu funcionamento cognitivo geral, principalmente relacionado à memória episódica verbal e visual, assim como pior qualidade de vida do que a população em geral. O estado cognitivo após o AVEi, em adultos, parece estar relacionado com a redução da qualidade de vida e sintomas depressivos.