Análise da cobertura do jornal Folha de São Paulo sobre o tema mortalidade infantil entre 1990 e 2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Facioli, Érick Renato Fogar [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151666
Resumo: A taxa de mortalidade infantil é indicador sensível para refletir o grau de desenvolvimento de um país. Nas últimas décadas, o Brasil registrou grande variação negativa na taxa desse desfecho, resultado da centralidade nas políticas públicas de saúde materno-infantis nacionais. O conhecimento público sobre os fatores que contribuíram para a melhora desse indicador é importante por fazer da população parte integrante do processo, permitindo maior controle social. Possibilita, ainda, que o cidadão tenha a oportunidade de fazer a sua parte no que diz respeito à prevenção. O objetivo do presente estudo foi avaliar a cobertura jornalística realizada sobre o tema mortalidade infantil na versão impressa do jornal Folha de São Paulo entre 1990 e 2015, período definido pela Declaração do Milênio para o cumprimento da meta de redução em dois terços na taxa de mortalidade infantil global. Trata-se de estudo de abordagem quantiqualitativa, de caráter descritivo e retrospectivo. A escolha do jornal Folha de São Paulo decorreu do fato de constituir o veículo jornalístico de maior circulação no país. Para seleção das matérias, utilizaram-se as palavras-chave “mortalidade” and “infantil” no acervo digital do próprio jornal. A coleta de dados foi realizada entre setembro de 2015 e julho de 2016. No total, 2436 matérias foram inicialmente selecionadas para leitura dinâmica. Aplicaram-se, em seguida, os critérios de exclusão: citações isoladas, comentários dos leitores, publicidade, informes publicitários, gráficos isolados, matérias idênticas publicadas e erratas, restando 429 textos. Como era critério de inclusão analisar as publicações que fizessem referência aos determinantes da mortalidade infantil, nova seleção foi necessária e, nessa etapa, foram obtidas 267 matérias, às quais foram aplicadas o Protocolo de Análise de Cobertura Jornalística, com a função de quantificar e organizar o material. Para a análise qualitativa, foram utilizados os textos com chamada de capa, o que resultou em 82 matérias, avaliadas a partir dos referenciais teórico-metodológicos do enquadramento, agenda-setting e Cenário de Representação Política (CR-P). Os resultados revelam, em geral, cobertura jornalística superficial e sensacionalista do tema, carecendo de análises mais amplas, como as razões históricas, políticas e sociais a ele relacionadas. Houve privilégio a fontes oficiais, com pouco espaço para opiniões de especialistas independentes e do cidadão comum. Por vezes, o Estado foi apresentado como ineficiente para cuidar da saúde da população.