Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Marques, Jaqueline Belga [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153327
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Resumo: |
A heterogeneidade humana tem sido corrompida por um amplo processo de ajustamento e padronização que, no campo da educação, dá visibilidade a uma rede de explicações medicalizadoras que buscam justificar o não aprender. Em alunos na fase inicial do processo de apropriação da linguagem escrita, o não aprender apresenta-se, cada vez mais, associado a diagnósticos de doenças e, como consequência, o processo de medicalização aumenta demasiadamente na escola. Com base em tais ideias, o presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de compreender os sentidos atribuídos ao não aprender por alunos dos anos iniciais do ensino fundamental I, identificados por seus professores como aqueles que apresentam doenças do não aprender, seus familiares e professores. De natureza descritivo-interpretativa, a presente pesquisa, subsidiada pela abordagem qualitativa, foi realizada com nove protagonistas (três alunos, três familiares e três professores). A pesquisa foi realizada com uma aluna do 1º ano, com idade de 6 anos; uma aluna de 2° ano, com 8 anos de idade e um aluno do 3º ano, com 9 anos. Para a geração de dados foi utilizado o discurso livre produzido pelos protagonistas, bem como os prontuários dos alunos. A análise empreendida se deu a partir de duas dimensões: os discursos orais e os discursos escritos, dos quais se depreenderam os seguintes eixos de análise: “Os sentidos do não aprender: implicações na constituição do aluno”; “Rótulos e classificações: implicações nos discursos estigmatizantes”; “A consequência do fracasso escolar - a doença, o medicamento e os encaminhamentos”. Os dados obtidos possibilitaram a discussão acerca das implicações do processo de medicalização na educação. Os resultados indicaram que o aluno vai se constituindo discursivamente, assimilando as vozes sociais. Tanto os discursos orais dos protagonistas, quanto os discursos escritos produzidos nos prontuários acerca dos alunos apontados por seus professores como aqueles com doenças do não aprender, revelaram que o processo de medicalização se torna cada vez mais abrangente na escola, pois como o sujeito se refrata através do discurso do outro, todos são envolvidos, a família e a escola e, consequentemente, o aluno toma para si o rótulo do não aprender, dando continuidade ao movimento de medicalização. Portanto, com esse trabalho espera-se contribuir para a ampliação da discussão acerca dos sentidos do não aprender, com vistas a uma maior conscientização, por parte de profissionais da área da educação e saúde, sobre os malefícios da medicalização de causas sociais e educacionais no contexto escolar. |