Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Correa, Adriana Aparecida Feltrin |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/155866
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Resumo: |
Atualmente, estamos diante de uma notável presença de isolados de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos em um hospital público do município de Bauru-SP desde outubro de 2012. No entanto, não estão disponíveis estudos relacionando a epidemiologia e os fatores associados à aquisição de tais isolados. Este estudo teve como objetivo identificar fatores de risco para aquisição de Enterobactérias Resistentes aos Carbapenêmicos (CRE) em pacientes internados no Hospital Estadual Bauru, os fatores associados ao desenvolvimento de quadro infeccioso em uma coorte de pacientes colonizados por CRE e os fatores preditores de óbito. Foram incluídos pacientes do local de estudo que apresentaram colonização do trato digestório por CRE, de outubro de 2012 a dezembro de 2016, dos quais foram levantados dados clínicos e demográficos. Os isolados foram identificados por métodos fenotípicos e foram testadas as suscetibilidades por concentração inibitória mínima (MIC). Realizamos um estudo de caso-controle que incluiu 427 casos e igual número de controles. Os fatores de risco observados foram queimadura (HR 3,91; IC95% 2,36-6,46; p=<0,001), índice de Charlson (HR 1,12; IC95% 1,05-1,20; p=<0,001), uso prévio de esteróides (HR 2,79; IC95% 1,94-4,02; p=<0,001) e antimicrobianos como as penicilinas/inibidores de beta-lactamases (HR 2,01; IC95% 1,43-2,82; p=<0,001), cefalosporinas de 3ª. e 4ª. gerações (HR 2,45; IC95% 1,75-3,44; p=<0,001), quinolonas (HR 1,70; IC95% 1,75-2,45; p=0,003) e anaerobicidas (HR 1,63; IC95% 1,04-2,56; p=0,03). O estudo de coorte incluiu 384 sujeitos colonizados por CRE, sendo 269 (70,1%) oriundos de internação em unidade de terapia intensiva (UTI), 51 (13,2%) pacientes evoluíram para positividade em culturas clínicas por CRE. Como fatores associados à progressão para infecção por CRE, identificamos o uso de sonda vesical de demora (HR 5,56; IC95% 1,31-23,63; p=0,02) e os antimicrobianos da classe dos carbapenêmicos (HR 1,96; IC95% 1,06-3,62; p=0,03). Em termos proporcionais, a mortalidade nos grupos foi: Não carreadores, 32,6%; Colonizados, 47,3%; Infectados, 52,9%. Pudemos observar na análise que idade, score de Charlson e as categorias colonizado/infectado foram associadas a maior risco de óbito (essas duas últimas categorias, sem diferença entre si). Por outro lado, o status de paciente cirúrgico e o uso de alguns antimicrobianos (notadamente a Polimixina B) foram associados a melhor prognóstico. Nossos achados sugerem que em setores endêmicos para colonizações e infecções nosocomiais por CRE, como no caso das UTI, a abordagem de rastreamento de isolados pode identificar pacientes com alto risco de infecção por CRE e levar à otimização precoce do tratamento antimicrobiano. |