Atenuação do descenso noturno na predição do início da albuminúria em diabéticos tipo 1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Bruno Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152963
Resumo: A presença de albuminúria constitui fator prognóstico desfavorável nos pacientes diabéticos do tipo 1 e precede a elevação da PA de consultório em três anos. A monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) pode identificar a atenuação ou desaparecimento do descenso noturno, o que prediz o risco cardiovascular, independentemente da pressão arterial de 24 h. Entretanto, apenas um estudo avaliou o papel preditivo da atenuação do descenso noturno para o desenvolvimento da albuminúria no diabetes do tipo 1. Assim, o objetivo do corrente trabalho é de avaliar, em coorte brasileira, se o descenso noturno atenuado pode predizer o desenvolvimento de albuminúria no diabetes do tipo 1. Foi realizado estudo observacional prospectivo que visou avaliar o poder preditivo da ausência ou atenuação do descenso noturno em relação ao surgimento de albuminúria em pacientes diabéticos tipo 1 normoalbuminúricos. Os pacientes foram submetidos à MAPA e dosada a albuminúria por mais de 2 vezes. Ao cabo de um ano a albuminúria foi reavaliada. A frequência de evolução para albuminúria ente os pacientes com descenso noturno ausente/atenuado ou presente foi comparada pelo teste de Fisher. As médias de pressão arterial (PA) foram comparadas por teste "t" para amostras independentes. Foi realizada regressão linear para avaliar a associação entre descenso noturno e elevação da albuminúria no seguimento. O nível de significância foi estabelecido em 5 %. Foram avaliados 24 pacientes com idade de 24 ±8,2 anos, seis pacientes do sexo masculino. Seis pacientes tinham descenso noturno presente para PA sistólica (PAS) (média de PAS em 24 h: 119±7,5mmHg) destes, apenas um evoluiu para albuminúria. Dos 18 que tinham descenso noturno atenuado para PAS (média de PAS em 24 h: 122±8,4mmHg; p=0,36 em relação aos pacientes descenso noturno presente), 14 evoluíram para albuminúria (p=0,01). Em relação à PA diastólica (PAD), 12 pacientes tinham descenso noturno presente (média de PAD em 24 h: 72±5,2mmHg), destes, 6 evoluíram para albuminúria. Dos outros 12 que tinham descenso noturno ausente (média de PAD em 24 h: 74±5,6mmHg; p=0,31 em relação aos pacientes com descenso noturno presente), 9 evoluíram com microalbuminúria (p=0,40). A porcentagem de descenso noturno da PAS apresentou coeficiente de correlação com a variação da albuminúria de 0,40; p= 0,061. A porcentagem de descenso noturno da PAD apresentou coeficiente de correlação com a variação da albuminúria de 0,46; p=0,027. Em conclusão, a evolução para albuminúria associou-se à classificação descenso noturno atenuado para PAS, mesmo com PAS em 24 horas normal. Ou seja, a atenuação do descenso noturno para PAS precedeu o início da nefropatia diabética incipiente no diabetes do tipo 1. Estes resultados ressaltam a importância da realização da MAPA no momento do diagnóstico, e no seguimento, dos pacientes diabéticos tipo 1.