Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Farias, Ivo dos Santos [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151660
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Resumo: |
A presente tese de doutorado visa reconstruir a memória do operariado da Fábrica Carmen de Fiação e Tecelagem de Fernão Velho, situada às margens da lagoa Mundaú, na periferia de Maceió, capital de Alagoas. Embora tenha como foco o período de seu apogeu, que vai do início dos anos 1950 até 1962, não se perde de vista os preâmbulos de seu amadurecimento, iniciado em 1857, ano de sua fundação, bem como a consequência de seu declínio para a classe trabalhadora, iniciado a partir dos anos 1980. No período focado, a fábrica pertencia ao grupo Othon Bezerra de Mello, um dos maiores grupos empresariais brasileiros na primeira metade do século XX. Como método de pesquisa, tendo em vista a relação de proximidade entre o pesquisador-membro e o grupo estudado, recorre-se à história oral e à memória operária, utilizando-se da base teórica marxiana, respaldada por Walter Benjamin, E. P. Thompson, Simone Weil e Lucien Goldmann. As fontes de investigação do passado são, portanto, os relatos de operários e operárias que trabalharam na fábrica entre os anos 1940, 1950 e 1960, além de periódicos de circulação estadual, fotografias, filmes, relatórios e atas de reuniões sindicais. Ao se analisar o passado aqui estudado, é possível apreender a intensa articulação política e social deste operariado, bem como suas manifestações culturais, entendendo-as como representações da formação da modernidade alagoana. O protagonismo das mulheres frente às lutas sociais é um ponto que também chamou a atenção durante a pesquisa. Por fim, notou-se que o processo de desmonte fabril trouxe graves consequências sociais aos sobreviventes deste legado, porque as gerações tenderam a se desconectar do passado operário e sofrer um processo de desarticulação da memória no interior do grupo, levando ao desenraizamento e ao enfraquecimento da identidade de classe. |