Caminhando sobre fronteiras: um estudo sobre a escolarização de adultos migrantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Frochtengarten, Fernando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-03122009-224326/
Resumo: Ao longo de quase uma década, o pesquisador, homem urbano e escolarizado, participou como educador de jovens e adultos do curso Supletivo do Colégio Santa Cruz, em São Paulo. Seus alunos eram, em sua maioria, migrantes vindos de áreas rurais do país e, atualmente, trabalhadores pertencentes às classes populares. Tiveram sua escolarização regular interrompida em seus lugares de origem e somente na idade adulta, após a migração, acabaram por retomá-la. A convivência com esses estudantes deixou o pesquisador intrigado pelos quadros sociais em que viveram antes de migrar. Essa pesquisa nasceu com a intenção de conhecer o lugar ocupado pela escola no contexto daquelas sociedades rurais. Historicamente, o curso Supletivo do Colégio Santa Cruz tem recebido muitos estudantes vindos de uma região localizada na divisa dos estados da Bahia e de Minas Gerais. O pesquisador realizou entrevistas coletivas com grupos de conterrâneos de três municípios dessa área: Tremedal (BA), Belo Campo (BA) e São João do Paraíso (MG). Eles debateram temas relacionados à escolarização e à migração. Em seguida, o pesquisador viajou, em companhia de alguns desses sertanejos, para os lugares de onde vieram. Esse percurso contribuiu para melhor compreender a vida social e econômica da região, o lugar ocupado pela escola e as raízes da tradição migratória. Enfim, permitiu ao pesquisador conhecer em profundidade o nascedouro do jeito de ser, de recursos expressivos e de formas de conhecimento cujos indícios lhe chegavam pela convivência escolar com os estudantes. Essa pesquisa é uma habitação de fronteiras culturais vividas em uma escola urbana e transportadas às áreas rurais de origem dos alunos. Através da inversão das posições de nativos e estrangeiros, o trabalho discute os efeitos dessa experiência sobre o olhar de um educador de adultos. E pretende contribuir para a compreensão do papel de uma escola na participação do migrante sertanejo na cidade.