Celulites orbitárias na infância: revisão narrativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Almeida, Alice Carvalho Gouveia [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257538
Resumo: Introdução: Celulites da região orbitária são infecções que afetam principalmente a população pediátrica e que, se não tratadas precocemente, podem causar sequelas permanentes e complicações potencialmente fatais. O tema é bastante estudado, mas ainda existem muitas controvérsias sobre o seu manejo, o que motivou a realização do presente estudo. Objetivo: Avaliar o melhor manejo, clínico e cirúrgico, de crianças com celulite orbitária e suas complicações. Métodos: Revisão narrativa da literatura, incluindo artigos sobre celulites orbitárias em crianças de até 18 anos. Foram consultadas sete bases de dados, além de fontes adicionais obtidas nas referências bibliográficas dos artigos pesquisados, incluindo-se 60 artigos que tiveram os dados de interesse tabulados em planilha Excel, tendo sido realizada uma análise descritiva e analítica. Resultados: O total de crianças com celulite orbitária incluídas foi de 4.361 crianças, das quais 65,74% eram do sexo masculino, com média de idade de 7,1 anos. O sinal clínico mais comum foi a febre (72,52%), seguida por proptose (56,88%) e restrição da movimentação ocular (MOE) (49,25%). Os três agentes mais frequentes foram S. aureus, S. milleri e anaeróbios. A tomografia computadorizada (TC) de órbitas revelou sinusite em 95,54% das crianças, sendo o seio etmoidal o mais acometido. Abscessos orbitários estiveram presentes em 6,76% das crianças, sendo tratados cirurgicamente em 74,19% das vezes. Abscessos subperiosteais (ASP) foram identificados em 44,56% das crianças, com necessidade de drenagem cirúrgica em 52,10% dos casos. Conclusão: Celulites orbitárias em crianças têm a sinusite como principal causa, acometendo mais o sexo masculino, por volta dos sete anos. A TC ou RM (ressonância magnética) de órbitas e seios da face deve ser solicitada a todos que apresentarem suspeita do acometimento pós-septal. A antibioticoterapia endovenosa deve ser precoce, cobrindo os principais agentes relacionados (S. aureus, incluindo MRSA, S. milleri e anaeróbios, se maior de oito anos). O tratamento cirúrgico está indicado nos abscessos orbitários ou ASP refratários ao tratamento clínico e/ou com sinais de alarme. Além disso, crianças com ASP e com oito anos ou mais, com abscessos grandes e/ou localizados fora da parede medial da órbita, apresentam maior chance de necessitar da drenagem cirúrgica.