Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bizerra, Paulo Francisco Veiga |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153014
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Resumo: |
O imidacloprido (IMD) é um inseticida neonicotinóide largamente utilizado em diversas culturas agrícolas e em animais para o controle de pragas. O IMD é rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal e por contato, sendo rápida e uniformemente distribuído nos órgãos e tecidos. Dados da literatura mostram que as concentrações mais elevadas foram observadas nos órgãos de eliminação: fígado e rins. O fígado é o principal órgão envolvido na biotransformação de substâncias exógenas (xenobióticos), convertendo compostos hidrofóbicos em hidrossolúveis, mais facilmente eliminados pelo organismo. Vários estudos vêm sendo conduzidos sobre os efeitos tóxicos do IMD em animais, causando danos ao fígado. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi avaliar os mecanismos envolvidos na toxicidade do IMD sobre a bioenergética de mitocôndrias e hepatócitos isolados de rato e ações do IMD sobre o metabolismo de carboidratos e proteínas em fígado de rato em perfusão. Em mitocôndrias isoladas, o IMD promoveu uma diminuição dose-dependente no estado 3 da respiração e na produção de ATP, sem afetar o potencial de membrana mitocondrial. Experimentos subsequentes medindo o consumo de oxigênio mostraram que o IMD não afeta a cadeia respiratória e que seu efeito é semelhante ao da oligomicina (inibidora da FoF1-ATP sintase) e/ou ao do atractilosídeo (inibidor do translocador de nucleotídeos de adenina, ANT). IMD inibiu a atividade da FoF1-ATP sintase em mitocôndrias rompidas e inibiu parcialmente a despolarização do potencial de membrana induzida pelo ADP. Esses resultados indicam que o IMD afeta a bioenergética mitocondrial por meio da inibição da FoF1-ATP sintase. Em Experimentos com hepatócitos isolados de rato os resultados da respiração foram semelhantes aos encontrados nas mitocôndrias isoladas, porém o IMD afetou a produção intracelular de ATP e induziu a morte celular somente nos hepatócitos isolados de ratos previamente tratados com dexametasona, um ativador do citocromo P450. No fígado de rato em perfusão o IMD também inibiu a produção de glicose por meio da gliconeogênese. Esses resultados sugerem que a toxicidade do IMD pode estar associada a alterações no metabolismo energético celular sendo a enzima FoF1-ATP sintase o principal alvo da ação tóxica deste inseticida, e que os metabólitos formados na biotransformação do IMD podem ser mais tóxicos do que o próprio IMD. |