Uma semiótica da cultura para organização do conhecimento: bases teóricas e diretrizes de análise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Farias, Mona Cleide Quirino da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181528
Resumo: O conhecimento é um elemento abstrato e individual, cuja manifestação acontece a partir das relações dialógicas estabelecidas em contextos históricos, sociais e culturais que compartilhamos. Organizar e representar conhecimentos, implica em uma tarefa semiótica de reconhecimento dos contextos, das linguagens, não apenas com a ideia de comunicar, mas como parte de processos sociais em transformação. A Semiótica da Cultura, como um campo de estudos da linguagem na cultura, isto é, na semiosfera cultural, nos permite revisitar alguns conceitos como a noção de cultura, linguagem, tradução, modelização e competência semiótica, nos propondo uma síntese destes, antes analisados por áreas como a Linguística, a Sociologia e a Antropologia. Com base nesses conceitos somado às reflexões socioculturais do campo da Organização do Conhecimento, buscamos saber como a Semiótica da Cultura pode colaborar com processos de organização e representação do conhecimento? Para isso sistematizamos as bases da Semiótica da Cultura para Organização do Conhecimento. A pesquisa é teórica, bibliográfica de natureza qualitativa. Partimos do método interpretativo para a análise de um instrumento de representação, o tesauro, tendo em vista que desenvolvemos nossas observações com base na literatura da Semiótica da Cultura e da Organização do Conhecimento. As reflexões elaboradas a partir das bases semióticas e socioantropológicas puderam evidenciar que os processos de representação precisam ser revistos no sentido de dar conta de modelos de representação que considerem os contextos das comunidades, sendo esta uma atitude ética para a organização do conhecimento. A representação ainda é limitada quando não reconhecemos as comunidades como protagonistas no fazer da representação. Os contextos necessitam ser reconhecidos, os sujeitos devem ser consultados e ainda não podemos nos limitar aos signos linguísticos, pois a cultura possui uma variação de linguagens que podem dar conta de representar as localidades. Portanto, a análise semiocultural nos indica que precisamos buscar a partir de uma competência semiótica a validação das comunidades, de seu conhecimento e dos fenômenos culturais para que possamos traduzir a cultura de modo que esta possa ser representada, não pelo olhar de quem elabora os instrumentos, mas da própria cultura. As diferenças precisam ser respeitadas pois as comunidades reúnem aspectos multiculturais e transculturais que descrevem a realidade. A semiótica da Cultura contribui para a Ciência da Informação e, em particular, para o campo da Organização do Conhecimento, pois há na Semiótica da Cultura conceitos que podem ser incorporados à organização e representação do conhecimento, para uma análise semiocultural dos fenômenos culturais e dos contextos das comunidades, viabilizando uma representação ética do conhecimento.