Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Matheus Estevão Ferreira da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/234760
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Resumo: |
Esta Dissertação trata de uma pesquisa de Mestrado proposta como continuidade de uma pesquisa anterior de Iniciação Científica. Na ocasião, investigou-se se graduandos(as) em Pedagogia de uma Universidade pública paulista estão sendo preparados(as) para trabalhar com a diversidade sexual e de gênero em sua futura atuação profissional na escola, além de relacionar esse preparo com sua formação moral. Posto que nessa pesquisa anterior se inferiu não haver preparo e nem desenvolvimento moral satisfatórios e que isso apresentou forte relação com a variável religiosidade, nesta presente pesquisa busca-se o aprofundamento de tais resultados expandindo a investigação. A expansão foi traçada em dois sentidos: amostral, com a adição de mais um curso de formação em Pedagogia no contexto universitário público paulista, e de constructos avaliados, investigando agora a competência moral e, também, a adesão à religiosidade. Com uma amostra mais ampla, busca-se testar a hipótese alcançada a partir dos resultados da pesquisa anterior e aprofundá-los, de modo a fazer uma análise comparativa amostral interna e externa: interna, ao se comparar a formação de graduandos(as) de um curso de Pedagogia que tem gênero e sexualidades como conteúdos curriculares (Caso 1) e de outro curso de Pedagogia que não os têm (Caso 2), e externa, ao se comparar a formação de ambos os cursos de Pedagogia entre si. Logo, tem-se como objetivo investigar a relação entre competência moral, gênero e sexualidades, e religiosidade na formação inicial pública paulista em Pedagogia de dois cursos distintos, com e sem gênero e sexualidades como conteúdos curriculares. A metodologia delineada, um estudo transversal de casos múltiplos e contrastantes, divide-se nas etapas de revisão bibliográfica, para fundamentação teórica nas temáticas pertinentes; análise documental, para conhecer o que se espera legalmente da atuação de ambos profissionais; e pesquisa empírica, para coleta e análise de dados sobre os três constructos no processo formativo investigado, por meio de um questionário, elaborado na pesquisa anterior e adaptado na presente pesquisa, e das versões validadas no Brasil do Moral Competence Test extended (MCT_xt) e da Post-Critical Belief Scale (PCBS). Na etapa de análise documental, elegeram-se os seguintes documentos da legislação normatizadora da formação inicial na Educação Superior: Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia (DCN_Pedagogia), Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) e Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (DNEDH). Também se adicionou a essa etapa a análise da grade curricular e do Projeto Político-Pedagógico dos dois cursos participantes da pesquisa, para se avaliar pormenorizadamente a possibilidade de abordagem de gênero e sexualidades e da ética no processo de formação oferecido, assim como seu lugar no conteúdo curricular programático do curso. Na etapa de pesquisa empírica, aplicaram-se o questionário, MCT_xt e PCBS nos dois cursos participantes. Ao todo, participaram da pesquisa 317 sujeitos (N=317), sendo 105 graduandos(as) em Pedagogia do Caso 1 (n=105) e 212 graduandos(as) em Pedagogia do Caso 2 (n=212). A amostra contemplou estudantes matriculados(as) em todos os anos desses cursos. Realizou-se uma análise comparativa triangular, entre os constructos de competência moral, concepções sobre gênero e sexualidades, e forma de adesão à religiosidade, e amostral interna e externa, entre dois diferentes ambientes universitários. Os resultados obtidos reiteraram constatações anteriores, demonstrando que, em ambos os casos investigados, a formação ética, em gênero e sexualidades permanece frágil. Também em ambos, embora haja graduandos(as) com concepções sobre gênero e sexualidades adequadas para subsidiar sua futura atuação profissional, a maioria deles(as) não demonstra deter essa formação, nem há uma progressão de sua qualidade ao longo do curso, assim como a competência moral também pareceu não ser afetada positivamente pelo curso. Concluiu-se que há forte influência do vínculo religioso na formação ética e em gênero e sexualidades dos(as) graduandos(as), sobretudo no aspecto de como aderem à religiosidade, sugerindo que essa religiosidade parece ditar o que o sujeito religioso deve ou não incorporar em sua formação inicial para futura atuação profissional, inclusive coibindo sua formação ética, em gênero e sexualidades, de forma consciente ou não. Enquanto não pareceu haver relação entre a qualidade das concepções em gênero e sexualidades e a competência moral no Caso 1, essa relação foi parcial no Caso 2. Porém, em ambos casos, houve forte relação das variáveis curriculares referentes às atividades curriculares, semicurriculares e extracurriculares de formação em gênero e sexualidades com as concepções e a competência moral, de modo a influencia-las positivamente. Assim, os(as) graduandos(as) com um conhecimento mais elaborado sobre gênero e sexualidades não tiveram alta competência moral, mas aqueles(as) que estão envolvidos(as) com, abertos(as) para, sensíveis aos e/ou reconhecem a importância dos temas e da formação em gênero e sexualidades, demonstraram ser altamente competentes moralmente. |