Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
RIbeiro, Bruno de Oliveira [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194250
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Resumo: |
Esta tese, resultado de uma pesquisa de cunho qualitativo, assentada em pressupostos da antropologia e de autores pós-coloniais, traz como objeto de estudos o critério de definição do sujeito de direito negro para as políticas afirmativas em universidades públicas federais e estaduais do Brasil contemporâneo. O objetivo da pesquisa é avaliar os impactos das políticas afirmativas sobre a forma como o conceito e as categorias raciais compõem o discurso racial brasileiro contemporâneo. As regulamentações recentes em torno das ações afirmativas, em especial as oriundas da Lei 12.711/2012, responsável pela institucionalização das ações afirmativas em todas as universidades e institutos tecnológicos da rede federal, e da Lei 12.990/2014, que estabelece ações afirmativas para os concursos públicos federais, possibilitam que a identidade negra possa ser, cada vez mais, pensada juridicamente em face das regulamentações que seguem essas leis. Verificou-se que a judicialização da identidade racial insere o poder judiciário brasileiro no conjunto dos principais atores na produção do sujeito negro. A consequência teórica da essencialização jurídica da identificação negra caminha num sentido inverso ao produzido academicamente no âmbito recente da antropologia e dos estudos pós-coloniais, o que nos leva à conclusão de que a estratégia militante pela essencialização da identidade negra enfraqueceu os debates políticos e democráticos, apesar de produzir a esperada segurança jurídica nas políticas de ação afirmativa. A heteroidentificação por fenótipo, como técnica de Estado para definição do sujeito de direito, burocratiza e essencializa a identidade racial. Esse movimento de essencialização ocorre concomitantemente a um avanço, no Brasil, a partir do ano de 2016, de projetos políticos mais conservadores, mas efetiva-se por meio, da produção de um consenso fundamentalmente acadêmico e jurídico. |