Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Talita de Mello |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/183444
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Resumo: |
O ambiente desempenha papel crucial durante o desenvolvimento fetal, podendo influenciar diretamente a saúde da prole. Assim, o estado nutricional materno é essencial para a saúde e bem-estar do feto. Há relatos de alterações em parâmetros relacionados à função epididimária, em animais adultos, cujas mães sofreram restrição de proteína durante as fases de gestação e lactação. A origem das alterações funcionais no epidídimo pode estar relacionada à fatores hormonais, bem como na expressão de seus receptores, e por meio da modulação de moléculas de sinalização como FGFs (Fator de crescimento de Fibroblastos), vias da ERK e Wnt, e à funcionalidade da Src, ou seja, proteínas relacionadas aos processos do desenvolvimento epididimário. No entanto, não há informações que esclareçam as causas dessas alterações ou como a restrição proteica atua ao longo do desenvolvimento pré e pós-natal do epididímo. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto da restrição proteica materna, no ducto mesonéfrico e no epidídimo nas fases iniciais do desenvolvimento. Assim, ratas Wistar prenhes foram divididas em dois grupos experimentais que receberam uma dieta de normoproteica (NP; 17% de proteína; n=19) ou hipoproteica (HP; 6% de proteína; n=19) durante a gestação e a lactação. Cinco ratas prenhes de cada grupo foram eutanasiadas para coleta dos ductos mesonéfricos dos embriões no dia gestacional (DG)17,5 e as demais permaneceram até os dias pós-natais (DPN) 7 ou 14. Os filhotes machos tiveram seus parâmetros biométricos aferidos e, em seguida, foram eutanasiados. Procedeu-se a coleta de sangue para análise dos hormônios sexuais e dos órgãos genitais, os quais foram pesados e armazenados. Durante toda a fase de gestação e lactação parâmetros maternos, como consumo alimentar e peso corpóreo, também foram aferidos. O epidídimo foi processado segundo técnicas histológicas, imuno-histoquímicas e de Western blotting para detecção de AR, ERα, ERβ, 5α-red, P450aro, Wnt9b, Src Y416 e Y527, Phospho-p44/42 MAPK (Erk1/2), AQP1 e 9, FGFR1 e 2, VEGF, VEGFR, PCNA. As mães restritas tiveram seus parâmetros alimentares e corpóreos alterados pela dieta, assim como os filhotes machos, os quais nasceram menores e com redução da distância anogenital (DAG) e do peso dos órgãos genitais. Os ductos mesonéfricos do grupo HP tiveram comprimento menor nos tempos de 0h e 24h quando comparado ao grupo NP. No DPN7 houve aumento de estradiol sérico e dos níveis proteicos da ERK1/2, Src-426, ERα, ERβ, P450 e VEGFa e diminuição de AR, 5α-red, FGFR1, FGFR2, Src-527, AQP9 e VGFR2, e redução no diâmetro luminal e tubular na região proximal no grupo HP. No DPN14, houve redução dos níveis proteicos de AR, AQP9 e Wnt9b e aumento de ERα, P450aro e ERK2 nos animais restritos. Neste mesmo grupo, a altura do epitélio foi menor nas regiões do segmento inicial (SI) e corpo, e do diâmetro tubular no corpo. Além disso, o presente estudo foi o primeiro a realizar a imunolocalização da AQP1 no epidídimo de animais de 14 dias, bem como observar diminuição da microdensidade vascular no grupo HP quando comparado ao NP. Concluímos que a restrição proteica materna altera a morfogênese epididimária durante o desenvolvimento pré e pós-natal. Essas alterações estão associadas ao suprimento sanguíneo prejudicado, a falhas nas vias hormonais e a alterações na expressão de proteínas necessárias para a angiogênese, formação e manutenção do microambiente epididimário, bem como em proteínas responsáveis pelo crescimento e diferenciação epididimário. Assim, nossos dados sugerem que essas alterações durante os estágios iniciais do desenvolvimento do epidídimo podem estar relacionadas a alterações na qualidade dos gametas, já observada em animais adultos. |