Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Francelino, Ricardo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/251132
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Resumo: |
O presente trabalho está inserido no campo de pesquisa “cultura, cognição e afetividade” e teve como objetivo central investigar o lugar e o papel da afetividade nos cursos de formação inicial de professores, no Brasil e na França. Os aspectos contextuais nos remeteram ao crescimento da manifestação de determinados fenômenos na sala de aula como: dificuldades de mediação dos processos de ensino e de aprendizagem, violência entre alunos, bullying, assédio e violência contra professores, o que nos levou a repensar a importância atribuída à afetividade na formação inicial de professores. Partimos da hipótese de que conhecimentos e competências afetivas são pouco valorizados na formação de professores no que diz respeito aos conteúdos e competências profissionais. Para investigar nossa hipótese inicial, buscamos entender como a afetividade é compreendida e trabalhada pelos docentes formadores, atores centrais do processo formativo. Quanto aos procedimentos teórico-metodológicos, nos pautamos nas contribuições teóricas de Wallon (1968), Vygotsky (1998) e Damásio (2012) sobre o campo afetivo e as contribuições de Freire (1997) para a formação de professores. Nosso quadro metodológico se pautou na cross-fertilization (Leong et al. 2010) apoiados na junção de métodos quali-quantitativos de construção, tratamento e análise de dados. Os dados foram construídos em uma amostragem 9 professores dos INSPÉs (Institut National Supérieur du Professorat et de l’Éducation), das academias de Lyon, Marseille e Paris e, 9 professores dos campus da UNESP, das cidades de Marília, Bauru, Presidente Prudente e São José do Rio Preto. Para alcançar nossos objetivos realizamos a construção dos dados em três níveis: no nível macro, analisamos os repositórios institucionais e diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores. No nível meso analisamos os projetos pedagógicos e os conteúdos ministrados nas disciplinas Psicologia da Educação (desenvolvimento e da aprendizagem) no Brasil e nas unidades de ensino ligadas à psicologia na França. Coletamos informações por meio de questionário eletrônico via LimeSurvey, com o objetivo de construir dados mais amplos sobre as representações dos formadores sobre a presença e a importância da questão afetiva. Foi também enviado a 132 professores em formação (estudantes) um questionário via GoogleForms®, com o objetivo de compreender se a afetividade foi tema de trabalho durante a formação. A nível micro, realizamos entrevistas com os formadores e observações das aulas. Os dados foram tratados com os programas SPAD 9.2, para os dados textuais de base lexicométrica, e pelo programa CHIC 7, com base no quadro da análise estatística implicativa (ASI). Os resultados apontaram para a presença modesta dos componentes do campo afetivo nas leis, planos de ensino, unidades de ensino e maquetes de formação. Os docentes formadores, em sua maioria, apresentaram nos discursos a consciência da importância da afetividade para a formação docente, contudo reconhecem também que tais competências são secundarizadas na formação inicial em consequência da pouca carga horária e estrutura dos currículos atuais. Não foi possível perceber nas observações uma postura consciente ligada aos micro gestos de expressão profissional que favorecessem o desenvolvimento de competências afetivas. Os estudantes em formação de igual modo não se sentem preparados, do ponto de vista de competências afetivas, para desempenhar suas funções profissionais. Os dados mostraram que das poucas vezes que o tema da afetividade aparece na formação inicial, não especificam modos de ação, conhecimentos a serem construídos ou competências ligadas diretamente à afetividade a serem desenvolvidas pelos futuros profissionais. Em suma, o lugar e o papel da afetividade na formação inicial de professores precisam ser repensados. |