Olhares de dentro: uma análise sobre os significados do Centro de Referência de Assistência social (CRAS) para mulheres do bairro Parque das Hortências, Araraquara, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Larissa Cristina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/166379
Resumo: Pautada na proposição do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) implantado no ano de 2005, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) traz, em tese, a territorialização da assistência, ao entender que mediante a diversidade societária do Brasil, políticas públicas homogêneas seriam ineficientes mediante às possibilidades de demandas diversas por conta da desigualdade social. Dessa forma, seria necessário um maior conhecimento dessas realidades aproximando-se desses territórios. A fim então de disponibilizar seus serviços nos territórios visando acessibilidade e universalidade de seu alcance, o SUAS estabelece a implantação do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) nos territórios caracterizados como de “vulnerabilidade social”. Enquanto unidade de proteção social básica do SUAS, o CRAS é o responsável pelo desenvolvimento de programas e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos, e com isso atua nas esferas familiar, comunitária, individual e coletiva estabelecendo assim uma relação direta e cotidiana especialmente com as mulheres, sendo elas, de longe, as mais presentes neste espaço. Diante disto, tivemos então como objetivo dessa Dissertação compreender os significados que o CRAS do bairro Parque das Hortências, localizado na cidade de Araraquara, interior de São Paulo, tem para algumas moradoras daquela região. Realizamos uma pesquisa qualitativa e quantitativa respaldada pelo materialismo histórico dialético. Abordamos o contexto histórico da relação do Estado com as demandas sociais vindas dos processos de urbanização, e analisamos como esse quadro mais geral se colocou na realidade das mulheres do Parque das Hortências. Estudamos ainda a inserção das demandas das mulheres nas políticas sociais, a partir de suas participações nos movimentos sociais e posteriormente de suas participações institucionalizadas, buscando compreender os desfechos dessas atuações principalmente no que se refere às políticas sociais. O que pudemos observar ao longo de nossa pesquisa é que as relações que essas mulheres foram estabelecendo com o CRAS foram mediadas por situações e necessidades distintas que, por sua vez modificaram ou não suas leituras a respeito do mesmo. Buscamos compreender como uma determinada visão de mundo vai depender da forma como as forças sociais conflitantes se confrontam e sustentam seus interesses, lembrando que o CRAS não se reduz ao fornecimento imediato de ajudas, mas trata-se de uma mediação que atua nas tramas das relações de conquista e reivindicações entre o Estado e a população e, portando, comporta este conflito entre os interesses do Estado e as demandas da população. Esperamos com este trabalho contribuir com análises e debates acerca do sentido que o CRAS possa ter dentro de determinadas realidades, bem como acerca das formas de implementação do desenvolvimento de ações e projetos fomentados pelo mesmo.