Avaliação do extrato de inhame (Colocasia esculenta) como agente antiviral contra os vírus Chikungunya e Zika, e como agente larvicida contra mosquitos Aedes aegypti.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paulino, Gustavo Chagas Lutfala
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190914
Resumo: Arbovírus são vírus transmitidos por artrópodes. Apresentam grande importância no âmbito da saúde pública devido à morbidade e mortalidade de suas infecções. Nos últimos quatro anos, muitos casos de infecção pelos vírus Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV) foram notificados no Brasil. O controle de seu principal vetor, o mosquito Aedes aegypti, é uma das formas de combate a esses vírus. Não há, até o momento, terapia antiviral específica contra infecções causadas por esses vírus, e os meios de controle do vetor, disponíveis, geram resistência e danos ambientais. Assim, compostos naturais, com ação antiviral ou que controlem o vetor, tornam-se uma via importante e atrativa. O extrato de inhame (Colocasia esculenta) possui entre suas substâncias a tarina, uma lectina que demonstrou atividade antiviral contra o DENV e HCV, além de atividade larvicida contra mosquitos Diaphania nitidalis. O objetivo do trabalho foi avaliar a atividade do extrato de Colocasia esculenta, obtidos por dois métodos de extração, quanto a sua atividade antiviral contra o CHIKV e ZIKV, bem como quanto a sua ação larvicida contra o mosquito Aedes aegypti. Os extratos foram obtidos a partir das folhas e do caule do inhame, e extraídos com a utilização de água e metanol. Os extratos aquosos e metanólico foram obtidos por técnica de maceração. Para a avaliação da ação antiviral, os extratos foram utilizados em ensaios de citotoxidade e de redução de placas em cultura celular, bem como PCR em tempo real (qPCR) para quantificação da carga viral. Para a avaliação da ação larvicida, foi realizado o ensaio utilizando larvas de Aedes aegypti (Ae. aegypti) no quarto estágio de desenvolvimento. Quanto a atividade antiviral, os resultados mostraram que o extrato aquoso foi capaz de inibir a replicação de ZIKV em mais de 90% in vitro quando avaliado o fenótipo, por meio da contagem de placas, e de aproximadamente 5% para CHIKV. No entanto, o extrato metanólico não demonstrou ação sobre a replicação viral de ZIKV e CHIKV in vitro, pela contagem de placas. Quando avaliado quantitativamente, pelo qPCR, o extrato aquoso demonstrou diminuir atividade replicativa tanto de CHIKV cerca 1 log10 como de ZIKV cerca 3 log10. Já o extrato metanólico inibiu apenas a replicação de CHIKV, cerca 1 log10. Nenhum dos extratos apresentou efeito larvicida nas condições testadas. Os dados indicam que tanto o extrato aquoso como metanólico inibiram a replicação viral in vitro. Alguns estudos complementares serão necessários para determinar o real potencial antiviral dos extratos do inhame.