Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Russo, Helena Mannochio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153194
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Resumo: |
A espécie Tetrapterys mucronata (Malpighiaceae), uma das espécies ocasionalmente utilizados na Ayahuasca, despertou há algum tempo o interesse do grupo de pesquisa NuBBE para a realização do estudo químico e avaliação das atividades biológicas devido a sua utilização nos rituais religiosos conhecidos como “Santo Daime”. Este estudo revelou resultados interessantes nos ensaios preliminares voltados para a identificação de potenciais inibidores de acetilcolinesterase, e mostrou que a espécie T. mucronata tem alcaloides e compostos fenólicos como principais constituintes químicos. Estes resultados levaram ao estudo de outras espécies de Tetrapterys ainda sem estudo químico, incluindo espécies que pertenciam a esse gênero e recentemente foram reclassificados como Niedenzuella, como no caso da Niedenzuella multiglandulosa, espécie selecionada para esta pesquisa de mestrado. Esta espécie é conhecida devido aos efeitos tóxicos que causam a morte de rebanhos bovinos, e de outros mamíferos, em geral, causando prejuízos substanciais na balança comercial brasileira. Este trabalho tem como objetivo a busca de compostos tóxicos presentes nas folhas de Tetrapterys multiglandulosa. Essa espécie foi selecionada por serem relatados na literatura surtos de intoxicação do gado (em 2004 e 2005) em áreas altamente infestadas pela planta, causando morte de vacas e aborto de bezerros no estado do Mato Grosso do Sul. Estudos recentes encontrados na literatura indicam a presença de monofluoracetato (MF), uma substância conhecidamente tóxica, nessa espécie, mas ainda não foram realizados estudos fitoquímicos e de toxicidade para esta espécie e nem mesmo para o gênero Niedenzuella. A partir de folhas coletadas no próprio estado onde os surtos foram relatados, extratos foram preparados utilizando solventes de diferentes polaridades e enviados para ensaio de toxicidade empregando modelo com Zebrafish, cujo resultado mostrou que o extrato metanólico era o único tóxico. O foco do estudo voltou-se para esse extrato, sendo realizado um fracionamento utilizando a técnica de MPLC-UV e, em seguida, uma purificação mais acurada por HPLC em escala preparativa. Foram isoladas 19 substâncias das classes dos alcaloides, flavonoides glicosilados e não glicosilados, compostos glicosilados e 6 esteroides (denominados ecdisteroides), ainda não relatados para esse gênero, incluindo um ecdisteroide inédito (17), que foram identificadas e caracterizadas por UHPLC-TOF-HRMS e NMR. As substâncias isoladas foram identificadas como: trigonelina (1), triptofano (2), 4- hidroxicinamamida (3), ácido (Z)-p-cumárico 4-O-β-D-glicopiranosídeo (4), icarisida F2 (5), luteoforol (6), ácido (E)-4-hidroxicinâmico (7), ácido (Z)-4-hidroxicinâmico (8), integristerona A (9), epiecdisterona (11), kaempferol triglicosilado (12), ecdisterona (13), isorhamnetina triglicosilada (14), ácido cinâmico (16), multiglandisterona (17), calonisterona (18) e podecdisona B (19). O esteroide majoritário (13) foi testado novamente para toxicidade utilizando modelo de Zebrafish e se mostrou tóxico, também um dado inédito para a espécie em estudo. Além disso, as moléculas isoladas são bastante diferentes das já identificadas para os gêneros de Tetrapterys, o que corroboram para a diferenciação dessas espécies em dois gêneros distintos. Análises de NMR 19F e LC-MS foram realizadas para tentar identificar a presença de MF nos extratos e frações polares, no entanto, não foi possível. Os resultados obtidos corroboram para um maior entendimento de espécies tóxicas para gado presentes no Brasil, e apresentam dados complementares aos publicados recentemente. |