Diálogos entre Ariano Suassuna e Gil Vicente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marconi, Fernanda Bertasso Mazieiro [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202367
Resumo: Abordar a intertextualidade na contemporaneidade pode até ser redundante, uma vez que dificilmente não encontramos marcas do passado nas obras produzidas atualmente. Quando analisamos o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, notamos uma semelhança com os autos do escritor Gil Vicente, principalmente com a obra Auto da barca do inferno. Os dois autores pertencem a épocas literárias distintas, mas ambos possuem semelhanças concretas, principalmente com relação à construção dos personagens, à religiosidade, à crítica social e ao risível presentes nas obras citadas. Em ambos os autos, os personagens são recriações de pessoas conhecidas ou familiares dos autores. Nessas peças, os personagens estruturam-se como alegorias ou tipos reais caricaturados e são condenados pela cobiça, avareza, licenciosidade, hipocrisia e, principalmente, pela superficialidade das práticas religiosas, entre outros. Ariano Suassuna traz para a sua peça um processo criativo que busca as intersecções entre o popular e o erudito, mostrando também o seu regionalismo natural. Por meio do conceito de intertextualidade propõe-se uma leitura comparada entre dois autos de épocas tão distintas, mas que, em sua análise de estruturas e temas presentes, revelam que seus motivos e assuntos são de interesse atemporal, isto é, concernem ao homem em várias épocas, fazendo, assim, um retrato vivo da sociedade por meio de suas misérias. O objetivo deste estudo, portanto, é o de estimular o conhecimento da dramaturgia portuguesa e brasileira, observada a partir de sua relação com o momento histórico-cultural de sua produção e do estudo das influências detectadas, demonstrando como certos elementos da obra de Gil Vicente encontram-se relacionados com alguns aspectos da obra de Ariano Suassuna. Em relação às influências que envolvem os autores estudados, houve a necessidade de se mencionar neste trabalho a literatura de cordel, uma vez que a mesma também se relaciona com ambos os autores. Em Suassuna além dos cordéis nordestinos temos também a influência do Romanceiro e da cultura circense em sua obra.