A proposta nos módulos do Projeto Logos II e a prática docente do professor-cursista em Rondônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gouveia, Cristiane Talita Gromann de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182489
Resumo: Na década de 1970, foi implantado o Projeto Logos II em alguns estados do Brasil, com objetivo de formar professores não habilitados que estavam atuando em sala de aula nas quatro primeiras séries do 1º Grau. Em regime emergencial, esse programa habilitava em nível de segundo grau e magistério, trabalhava com o ensino a distância no sistema modular. Em Rondônia, estudos apontam que o Projeto foi desenvolvido de 1976 a 1994, mas, apesar de sua importância para a educação, uma vez que foi um dos primeiros no estado e representou uma possível via de entrada de propostas educacionais, não há pesquisas que tratem especificamente da formação dos cursistas do Logos II. Assim, a pesquisa aqui delineada, tem como objetivo elaborar uma interpretação histórica a partir dos materiais didáticos do Logos II, estabelecendo relações com os depoimentos dos professores rondonienses que abordam o cotidiano escolar da época em que cursaram o referido projeto (1976 a 1994). Como fontes, foram considerados os módulos, as legislações, as fichas de matrículas, os históricos escolares, os diplomas e outros documentos dos cursistas referentes ao Logos II, além disso, analisamos também as entrevistas que foram realizadas com professores-cursistas nas cidades de Ariquemes, Pimenta Bueno e Vilhena, amostras de locais onde o projeto funcionou. Como aportes teórico-metodológicos, têm-se, principalmente, o paradigma indiciário de Ginzburg (1989; 2002; 2008), o conceito de documento como citado por Le Goff (2003), a crítica ao documento de Bloch (2001), a triangulação de dados de Mathison (1988), no conceito de história cultural de Peter Burke (2005, 2012), a concepção de memória como tratado por Halbwachs (2003) e a definição de currículo de Goodson (2012). Constatamos como principais resultados que os módulos não tinham uma marca conceitual hegemônica, sendo compostos por uma fusão de diversas tendências teóricas que foram muitas vezes motivadas por concepções estrangeiras. Ademais, por mais que os módulos fossem elaborados por autores distintos esses materiais didáticos assumiam o mesmo estilo conceitual, marcados por um ecletismo conceitual que estava em de acordo com as concepções de educação da época. Devido aos módulos serem para formação de professores, tais aglomerados de teorias e concepções influenciaram de alguma forma no discurso sobre a prática docente desses professores-cursistas. Ainda de acordo com os discursos desses docentes, como inicialmente eles não tinham a preparação/certificação formal para lecionar, as suas práticas docentes também foram influenciadas pelo comportamento de seus antigos professores, pelo conhecimento adquirido no cotidiano da escola e da comunidade e demais saberes que não pertencem ao âmbito escolar.