O cuidado à saúde de crianças com Síndrome de Down na atenção primária à saúde em Botucatu-SP: limitações e potencialidades do Sistema Único de Saúde.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Tannuri, Ana Gabriela Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214629
Resumo: No Brasil, estima-se que a cada 700 nascimentos ocorre 1 caso de trissomia do 21, somando em torno de 300 mil pessoas com a síndrome. A importância de conhecê-la e suas implicações na saúde, crescimento e desenvolvimento, alem de seus protocolos já bem estabelecidos mundialmente, é fundamental para melhora na qualidade de vida, prognóstico, inclusão social e educacional. No Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS), deve ser a porta de entrada para todos no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como deve ser o integrador do cuidado a todas as crianças e às suas famílias, com uniformidade no cuidado e fluxo estabelecido para os diferentes níveis da assistência à saúde. Assim, este estudo objetivou analisar como se dá o cuidado integral à saúde da criança com SD na APS de Botucatu, através da percepção de seus médicos e dos gestores de serviços sobre a assistência a estas crianças. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva qualitativa com entrevista aberta, com roteiro, que buscou identificar as percepções dos médicos generalistas, pediatras e dos gestores/coordenadores da APS do município de Botucatu acerca da atenção integral à saúde e da importância da abordagem e seguimento multiprofissional das crianças com SD neste nível de atenção á saúde. A descrição dos inclusos (dados quantitativos) foi analisada por meio de estatística descritiva simples e a análise do conteúdo do discurso (entrevistas), através da técnica de Bardin. Estudo ocorreu entre os anos de 2019 e 2021. Resultados: Foram entrevistados um total de 21 médicos e 4 gestores da APS de Botucatu, sendo eles os coordenadores da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), da APAPE (Associação de Pais e Amigos de Pessoas portadoras de necessidades Especiais) e do NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família). Foram identificados 7 núcleos de sentido principais na fala dos entrevistados: dificuldade na formação acadêmica; desconhecimento de normativas, gráficos e fluxogramas específicos; as comorbidades reconhecidas e a solicitação de exames de rotina; a influência de um serviço terciário e da falta de um fluxo ou protocolo de assistência no município; da influência da sobrecarga de trabalho na integralidade do cuidado; da comunicação, ou falta dela, entre instituições conveniadas; e o desencontro de informações em relação ao funcionamento da APS, ou os ruídos na comunicação. Potencialidades e limitações foram encontradas. Considerações finais: Pesquisar como ocorre, e como está estruturada a assistência às crianças com SD na APS foi relevante para delinear como ela está organizada em Botucatu, contribuindo para a reflexão sobre as políticas públicas na área e identificando potenciais para a melhoria da qualidade das práticas de saúde dirigidas a estas crianças e suas famílias. Considerando os resultados obtidos, identificamos a necessidade de qualificação e educação permanente dos profissionais de saúde que atuam na APS, para a realização da assistência integral à criança com SD, além da elaboração de um protocolo de assistência, que possa definir e garantir um fluxo homogêneo no encaminhamento e acompanhamento destas crianças, capaz de propiciar a assistência integral e multidisciplinar que necessitam, com os recursos existentes na APS e na rede de assistência à saúde em Botucatu, sem sobrecarregar nenhum nível de atenção e exercitando o princípio de integralidade do cuidado do SUS.