Reposicionamento de fármacos para cryptococose: avaliação experimental do cloridrato de duloxetina em Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rehem, Amanda Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/242792
Resumo: Infecções fúngicas como as causadas por Cryptococcus spp. são de alta mortalidade e morbidade. O reposicionamento de fármaco, ou seja, a utilização de compostos para finalidade diferente da qual esse foi desenvolvido, pode ser uma alternativa para identificar fármacos mais eficazes. Assim, este estudo tem como propósito avaliar a atividade antifúngica, in vitro e in vivo, do fármaco cloridrato de duloxetina (CD), antidepressivo pertencente a classe dos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina e Norepinefrina frente a cepas padrões e clínicas de Cryptococcus neoformans e C. gattii. Foi utilizada a técnica de microdiluição de acordo com o European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EUCAST) para determinar a Concentração Inibitória Mínima (MIC), e a técnica do “tabuleiro de xadrez” para avaliar o efeito sinérgico de anfotericina B (AmB) em associação com CD. Além disso, foi avaliado o efeito de CD na quantidade do ergosterol. O efeito do CD também foi avaliado em biofilmes de C. neoformans e C. gattii, analisando a biomassa por cristal violeta, a viabilidade celular por XTT e morfologia através das imagens de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). In vivo, a eficácia de CD foi avaliada por curvas de sobrevivência no modelo invertebrado Galleria mellonella. CD foi ativo frente a todas as cepas clínicas e padrões de C. neoformans e C. gattii, apresentando valores de CIM e CFM na faixa de 15,62 – 62,5 µg/mL. A combinação de CD com AmB apresentou uma combinação sinérgica, reduzindo o valor da CIM em 4 vezes tanto para CD quanto para AmB. CD não produziu redução na quantidade de ergosterol presente na membrana de C. gattii ATCC e C. neoformans ATCC. Em biofilmes, foi observada a redução da biomassa do biofilme em até 82,16% e redução de 99,6% na viabilidade celular de C. gattii. Em biofilmes de C. neoformans a redução foi de 81,13% e 99,5% respectivamente para a análise de biomassa e viabilidade. As imagens de MEV corroboraram com os achados dos ensaios realizados para análise do efeito de CD em biofilmes. Em G. mellonella aumentou a sobrevivência da larva quando utilizado na concentração de 3,125 mg/larva. Assim, os ensaios validaram a hipótese de que o cloridrato de duloxetina tem ação antifúngica e antibiofilme in vitro frente a cepas clínicas e cepas padrões de C. neoformans e C. gattii.