Grafias de coda nasal em textos do primeiro ano do Ensino Fundamental I

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Garcia, Simone Rizzatto Albertini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154069
Resumo: Nesta dissertação, o objetivo é identificar regularidades que possam ser típicos do processo de aquisição de escrita da grafia de consoantes nasais em posição de coda silábica do português brasileiro. A sílaba é considerada quanto a características fonéticas e fonológicas. Sob o aspecto fonético, a posição de coda silábica corresponde a um momento de redução de energia, o que pode tornar os segmentos que preenchem essa posição da sílaba menos audíveis. Sob o aspecto fonológico, a coda é um constituinte não-imediato da sílaba que apresenta várias restrições quanto ao seu preenchimento. A nasalidade apresenta uma complexidade decorrente de aspectos fonéticos aliados a uma discussão na literatura a respeito de sua representação fonológica. Soma-se, ainda, o fato de a nasal em coda no português brasileiro apresentar, sob o aspecto gráfico, três possibilidades de registro ortográfico (<m>, <n> e <~>). O córpus é constituído de grafias de palavras produzidas em ambiente escolar por alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental em uma escola privada do noroeste paulista. As grafias de coda foram identificadas a partir de dezessete propostas de escrita, incluindo listas, músicas, parlendas, trava-língua, receita culinária, propostas de listas a partir de imagens. A metodologia consiste de análise quantitativa e qualitativa das grafias de coda. Os dados foram organizados de acordo com (i) registro de sílabas CVC/VC/CCVC com codas consonantais <S, L, R, N>, (ii) não registro de sílaba com coda nasal, (iii) registro não-convencional de rima com coda nasal, (iv) registro convencional de coda nasal. Esses registros foram analisados segundo os seguintes critérios linguísticos: vogal no núcleo silábico; posição da sílaba dentro da palavra; tonicidade da sílaba; número de sílabas da palavra e registro ortográfico. Foi observada a tendência de a grafia do segmento em coda nasal ser o último a ser registrado em comparação com os outros segmentos consonantais nessa mesma posição silábica, quando consideradas produções escritas ao longo do primeiro ano do Ensino Fundamental. Ao final do primeiro ano letivo, os sujeitos analisados flutuavam entre grafar e não grafar convencionalmente a coda nasal (como “aveca”, “avenca”), evidenciando a aquisição da sílaba com coda nasal, embora ainda não tendo dominado a convenção ortográfica do registro da nasalidade distintiva (“quen”). As grafias não-convencionais encontradas nos dados levantados podem ser explicadas a partir do trânsito do sujeito escrevente por práticas orais e letradas, uma vez que, em sua produção escrita, os sujeitos ancoram-se em características fonético-fonológicas dos enunciados falados e, também, em características ortográficas dos enunciados escritos.