Acolhimento familiar para famílias acolhedoras: sentidos e significados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Suster, Claudia Regonha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181666
Resumo: O acolhimento de crianças e adolescentes na residência de famílias acolhedoras é uma modalidade de atendimento destinada à crianças e adolescentes com direitos violados. Legitimado junto a política de assistência social foi, em 2006, organizado e normatizado, descritivamente, no Plano Nacional de Proteção, Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente à Convivência Familiar e Comunitária. Considerando ser um serviço inovador no âmbito da proteção social este estudo teve por objetivo conhecer as diferenças relacionais, educacionais e culturais que surgem no processo de acolhimento e os impactos que produzem nas histórias de vida dos membros da família acolhedora. Especificamente, se propôs a compreender as concepções que as famílias acolhedoras constroem sobre a criança, a família de origem e a violação de direito que culminou na medida protetiva; conhecer como ocorrem os processos de vinculação e ruptura de vínculos, pressupostos na ação de acolher e verificar se as diferenças geram conflitos e quais recursos educacionais, psicológicos e sociais as famílias acolhedoras utilizam para enfrentar essas diferenças. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados dois grupos focais: um com os guardiões e cuidadores adultos; e outro com os filhos crianças e adolescentes das famílias acolhedoras. A análise dos dados se orientou a luz da metodologia dos núcleos de significação apreendidos a partir dos conteúdos produzidos pelos grupos focais, orientados pela psicologia sócio-histórica que tem por objetivo encontrar, no particular, a instância da totalidade social. Foram identificados 7 núcleos de significação com os adultos, sendo eles: Núcleo 1 - A vivência dos contraditórios: sentimentos da família acolhedora na experiência do apego e desapego; Núcleo 2 - Desacolhimento: dilemas entre a despedida e a manutenção do vínculo; Núcleo 3 - Valorização versus Desconfiança e culpabilização: sentimentos contraditórios frente a capacidade de proteção da família de origem; Núcleo 4 – Educação: entre a culpabilização e a superproteção; Núcleo 5 - Parentalidade: conflitos e possibilidades permeados por preconceitos, medo curiosidade e amor; Núcleo 6 – Cotidiano do acolhimento e a manutenção de papéis sociais: o feminino e o cuidado frente às facilidades, dificuldades e redes de apoio; Núcleo 7 - A produção de significados e sentidos - Aprender e ensinar; e um com as crianças, o qual foi nomeado como: O acolhimento familiar é compreendido com clareza pelos filhos dos acolhedores e atravessam o processo de mudança experenciando diversos sentimentos: satisfação, medo, saudade, tristeza, alegria, afeto, educação e proteção. Na análise desses núcleos podemos afirmar que a experiência de acolher crianças constitui-se em um processo dialético contraditório, mas de grande potência para a ressignificação das histórias de vida de todos os envolvidos (acolhedores e acolhidos). Também se constitui como uma grande possibilidade de aprendizagem e desenvolvimento de outras formas de ser estar no mundo, ao ser intensamente atravessada por mudanças sociais, culturais e afetivas.