Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Bruno Jareta de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192625
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Resumo: |
A linguagem audiovisual sofre um constante amadurecimento fruto de inovações tecnológicas que oferecem aos sujeitos da enunciação novas formas de organizar, produzir e consumir os conteúdos. Em diferentes gêneros, formatos e finalidades de comunicação, produtos conhecidos como filmes interativos, jogos eletrônicos, realidade virtual e aumentada, e filmes estruturados em inteligência artificial, por exemplo, forjam novos contratos enunciativos e, na recorrência de experimentações, tensionam o audiovisual enquanto forma expressiva. A semiótica discursiva fundamenta o percurso metodológico adotado na tese, que examina as estruturas de linguagem e suas articulações visando a construção discursiva regida por essa práxis enunciativa. Entendida como efeito de sentido, a interatividade é resultado de um processo, designado como agência, no qual o destinatário pode inserir informações em um sistema programado a atualizar os componentes do enunciado a partir de tal intervenção. Alicerçado nos conceitos de paradigma e sintagma, correspondentes à noção hjelmsleviana de esquema e uso, que organizam as linguagens, constatou-se que o sintagma do audiovisual interativo corresponde a um esquema do qual o enunciador faz uso para dispor um conjunto de situações de agência, que, pela mediação expressiva de uma interface em um dispositivo digital, é atualizada em uma das virtualidades pelo enunciatário, que ocupa o discurso fazendo um novo uso deste inicial, que, para ele, adquire uma condição de esquema. Adotou-se a denominação “escolha” para circunscrever o conjunto de ações da práxis interativa do destinatário. Sob os critérios de duratividade e quantidade de opções explicitadas, identificou-se ao menos oito modos de estruturação das unidades de seleção que balizam a escolha, cujo efeito de sentido já está previsto nas estratégias discursivas. Compreendidas como grandezas semióticas articuladas na textualização sintetizada digitalmente, esta pesquisa assume como critério de segmentação a avaliação das categorias enunciativas de espaço, tempo e pessoa, dispostas nesta sequência por constatar-se que - nas obras selecionadas para análise - espaço e tempo são primordiais nas projeções discursivas, sendo a categoria pessoa organizada em função deles. Na investigação do espaço foram identificadas novas perspectivas na representação da espacialidade que alteram lógicas relativas às noções de contiguidade, ligadas à categoria continuidade/descontinuidade, assim como às lógicas de posicionamento espacial pautadas nas leis que regem as dinâmicas do mundo natural, como as relações de verticalidade/horizontalidade e englobante/englobado. Na categoria do tempo, as análises mostram que o conjunto de procedimentos empreendidos a fim de construir no discurso um sistema de referências temporais opera no campo das marcas dos acontecimentos pelos quais podemos perceber a passagem do tempo, e que a alteração de tais marcas pela agência promove uma atualização da concomitância e das noções de ordem, sentido e duratividade do sistema enunciado. No estudo da categoria pessoa, destaca-se a constatação de que as escolhas propostas são aquelas que emulam as decisões que os sujeitos efetuam no mundo natural, reservadas geralmente para momentos cruciais da narrativa e com ênfase em dilemas, o que, em conjunto com a montagem audiovisual, sustenta o regime enunciativo que garante uma configuração na qual o enunciatário "é", no discurso, o ator. A arquitetura de toda essa dinâmica engendra a comunicação e o sentido no audiovisual interativo para as mídias digitais, que se estabelece sustentado por um contrato que deve considerar a coerência discursiva, frequência e intensidade das escolhas, resultados da agência e a transparência da interface para que a obra pareça interativa. Espera-se que as constatações da tese contribuam para os estudos de Comunicação e colaborem com a compreensão do audiovisual interativo como forma expressiva. |