Análise do polimorfismo da região 3’não traduzida (3’NT) do gene HLA-G de pacientes com esclerose múltipla e neuromielite óptica da região noroeste do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Souza, Andreia da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136413
Resumo: A esclerose múltipla (EM) e as desordens do espectro de neuromielite óptica (NMOSD) são doenças inflamatórias autoimunes com predileção pelo sistema nervoso central, sendo que a EM ocorre mais frequentemente em populações caucasianas, enquanto a NMO é mais frequente em indivíduos não caucasianos. O gene HLA-G codifica uma molécula com um importante papel na tolerância imunológica. Essa molécula foi primeiramente descrita na interface materno-fetal, onde foi associada ao sucesso da gravidez. Além disso, a expressão da molécula de HLA-G tem sido relatada em condições patológicas como câncer, infecções virais e doenças autoimunes, incluindo EM. O nível de expressão de HLA-G depende principalmente de fatores que modulam sua expressão transcricional e pós-transcricionalmente, tais como a região 3’não traduzida (3’NT) do gene através da manutenção da estabilidade do mRNA e da interação com microRNAs específicos. Alguns haplótipos de 3’NT foram associados a maior expressão de HLA-G, o que seria benéfico em desordens autoimunes. O objetivo deste estudo foi analisar os sítios polimórficos da região 3’NT do gene HLA-G de pacientes com EM e NMOSD. A região 3’ NT do gene HLA-G de 105 pacientes com EM, 54 pacientes NMOSD e 108 controles, foi sequenciada através do método Sanger. Foram identificados 10 sítios de variações, incluindo 14pb indel +3001C/T,+3003T/C, +3010G/C,+3027C/A, +3035C/T, +3142C/G, +3187G/A, +3196C/G, +3227G/A. Não foi encontrada qualquer associação desses alelos à EM quando comparada a controles saudáveis ou a NMOSD. Porém, comparado a controles, o alelo +3187A apareceu em maior frequência no grupo NMOSD e consequentemente o alelo +3187G e UTR-1(DelCTGCCCGCG), único haplótipo que carrega esse alelo, foram sub-representados nesse grupo, particularmente no grupo de pacientes soropositivos para anticorpos anti-AQP4. Por outro lado, o grupo de pacientes NMOSD soronegativos para anti-AQP4 apresentou maior frequência de UTR-6 (DelCTGCCCACG) quando comparado a controles saudáveis. Considerando que: i) o alelo +3187A está associado a menor expressão de HLA-G e ii) o alelo +3187A e o genótipo +3187AA são mais frequentes no grupo NMOSD, principalmente nos pacientes anti-AQP4 positivos, a baixa expressão de HLA-G poderia estar contribuindo para a quebra da tolerância imunológica na patogenia de NMOSD.