Hormesis de glyphosate em café: respostas morfológicas, fisiológicas e bioquímicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Renato Nunes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202724
Resumo: Na cafeicultura, a utilização do glyphosate constitui uma das principais ferramentas no manejo de plantas daninhas, porém o contato direto com o produto, a depender da taxa de exposição, pode comprometer o crescimento e rendimento da cultura. O glyphosate é um herbicida não seletivo de ação sistêmica, que ao inibir a enzima 5-enolpiruvilchiquimato-3-fosfato sintase (EPSPs) compromete a produção de aminoácidos aromáticos essenciais e, consequentemente, o crescimento e desenvolvimento vegetal, porém em baixas doses pode promover o estímulo de parâmetros morfológicos, fisiológicos e bioquímicos das plantas, o que pode ser entendido como hormesis. Dessa forma, objetivou-se avaliar o efeito hormético do glyphosate na morfologia, fisiologia e bioquímica de plantas de café. Mudas de café (Coffea arabica cv Catuaí Vermelho IAC-144) foram transplantadas em vasos de 6 L, preenchidos com a mistura de solo e substrato. Os tratamentos foram dispostos em delineamento inteiramente casualisado com cinco repetições e as plantas foram submetidas a dez doses de glyphosate: 0; 11,25; 22,5; 45; 90; 180; 360; 720; 1440 e 2880 g e.a. ha-1. As avaliações foram realizadas por meio de variáveis morfológicas: altura, número de folhas, acúmulo de biomassa e outros parâmetros que caracterizaram o crescimento das plantas e a dinâmica foliar; variáveis fisiológicas: análise de trocas gasosas e fluorescência da clorofila; análises bioquímicas: teor interno de glyphosate e compostos produzidos na rota do ácido chiquímico. O efeito hormético do glyphosate na morfologia de plantas de café se deu pelas variáveis altura de planta, número de folhas, área foliar, massa seca foliar, caule e total, taxa de crescimento absoluta, índice de área foliar, duração de área foliar, taxa emissão e expansão foliar que foram estimuladas pela aplicação de subdoses. As doses de 14,5 a 30 g e.a. ha-1, acarretam os maiores estímulos, que por sua vez variou de 10,2 a 26,2%. Nas análises fisiológicas os maiores estímulos (14,7 a 58,7%) foram observados sobre a assimilação de CO2, transpiração, condutância estomática, eficiência de carboxilação, eficiência intrínseca do uso da água, taxa de transporte de elétrons e eficiência fotoquímica do PSII em doses que variaram de 4,4 a 55 g e.a. ha-1. Sobre as análises bioquímicas, a aplicação de subdoses de glyphosate acarretou aumento significativo na concentração do ácido quínico, ácido salicílico, ácido caféico e ácido cumárico, com estímulo máximo entre as doses de 3 a 140 g e.a. ha-1 a depender do composto avaliado e da época de avaliação. Desta forma, a aplicação em baixas doses de glyphosate apresenta implicações positivas sobre a morfologia, fisiologia e bioquímica de plantas de café.